Monday, 31 January 2011

NOVOS CAMINHOS PARA FÁTIMA A PÉ ESTÃO SER ESTUDADOS


Novos caminhos para os peregrinos se deslocarem a pé a Fátima estão a ser estudados, com o objetivo de criar itinerários mais silenciosos e seguros, anunciou hoje o Movimento da Mensagem de Fátima (MMF).

O presidente do secretariado nacional do MMF, Fragoso do Mar, disse que há muitos percursos efectuados pelos peregrinos a pé que cruzam vias de comunicação movimentadas que não contemplam espaços para peões, além de que outros se deslocam a pé para o santuário durante a noite.

"O que se pretende é ajudar os peregrinos na sua caminhada de forma a terem menos riscos e que o façam em silêncio, no espírito da peregrinação", disse à Lusa o padre Manuel Antunes do MMF, no final do encontro de guias de peregrinos a pé, que decorreu em Fátima.

Explicando que o estudo, que inclui caminhos a partir do norte e do sul do país, ainda está numa fase embrionária, Fragoso do Mar afirmou que o projecto deverá contar com o "envolvimento e empenhamento" das autarquias.

por LusaOntem


Sunday, 30 January 2011

MORE GERMAN CLOISTERS CLOSING

 
The Fate of the Abbey Remains Uncertain: More German Cloisters Closing
 
The cloister was founded in order to inform the soul of the way to life. Will their walls receive the dark consecration to serve the cult of the body?

(kreuz.net) It is unclear if the Abbey Michealsberg can continue as the spiritual center of the city of Siegburg. The Bonn paper, the 'General-Anzeiger' said on January 26th.

Only one thing is sure: the monks must leave the cloister after 946years. The one or the other of them apparently had the interest to align themselves with the Steyler Missionaries.

According to the paper investors for hotels or wellness-spas have been contacted.

A speaker for the Archdiocese of Cologne explained, however, that an ecclesiastical use of the people "will have the highest priority".

An important date is 5. April.

Then a summit meeting will take place about the future of the Abbey.

The participants: members of the Archdiocese, the Abbey and of the Benedictine Order as well as the city Dean Peter Weiffen, the business office of the Abbey and the Siegburger Mayor.

Included, the Abbey swept the fate of the Redemptorist-Cloister in Hennef-Geistingen.

There the condominums are in place. The landmark cloister church will become a convocation hall for corporate events and similar affairs.

A similar fate awaits the once famous Dominican Friary of Walberg in Bornheim.

It was purchased two years ago by the company 'Summit Partners' from Cologne for five million Euros.

Now there is a restaurant, a Catholic kindergarten and homes for the employees of the amusement park.

The 'General-Anzeiger' cited the Cologne Realestate-Firm 'Pro Secur', that specializes in the purchasing of ecclesiastical properties.

The firm has been buying cloisters for about twenty years.

"Presently the company has had a series of closing cloisters in offer" -- says the 'General-Anzeiger'":

The friary of the Dominicans of Neusatzeck with 89 rooms in northern Black Forest was sold for 2,5 Million Euro.

Currently for sale is also the idyllic Cloister of Maria Engelportder Hünfelder Oblates nearby the associated municipalities of Treis-Karden-Rheinland-Pfalz for 2.25 Million Euros or the Cloister "St. Joseph House" in Sunder in Sauerland for 800.000 Euro.

These properties are highly prized by hotels and culinary establishments.

Sunday, January 30, 2011


Monday, 24 January 2011

SEM ABRIGO NO PAVILHÃO DA AJUDA


No primeiro dia passaram pelo pavilhão 26 pessoas. Algumas recorreram aos técnicos para encontrar um abrigo, mas a maioria queria apenas um aquecedor e uma sopa. Apenas quatro pessoas aceitaram ser reencaminhadas para abrigos (Foto: Rui Gaudêncio)

Carlos, de 61 anos, dorme na rua, em Santa Apolónia, e Albertina, de 68, vive numa casa, na Graça, com as limitações que a doença de que padece lhe impõe. Ontem cruzaram-se no Pavilhão Desportivo da Ajuda, em Lisboa, onde desfrutaram de uma refeição quente e pelo menos por umas horas deixaram para trás o frio que os tem perseguido nos últimos dias.

"Durmo em Santa Apolónia há um ano e tal mas estou a ver se mudo de situação", conta Carlos, de ombros encolhidos num impermeável azul escuro. "Estava na pesca e tudo falhou. É assim, é a lei da vida", acrescenta com alguma resignação, sempre de olhos postos na porta do pavilhão que a Câmara de Lisboa disponibilizou para receber a população de rua nesta vaga de frio.

E aquilo que Carlos procura é, tão simplesmente, uma oportunidade para sair da rua. Ontem, e daí a expectativa deste homem de 61 anos, essa oportunidade parecia ter chegado, com a promessa de que já nessa noite ia dormir numa cama, debaixo de um tecto, num abrigo do Exército de Salvação.

A solução foi proporcionada pelos técnicos da Câmara de Lisboa e da Santa Casa da Misericórdia, que desde anteontem estão no Pavilhão Desportivo da Ajuda para atender a população sem-abrigo e ajudar a encontrar respostas para os seus problemas. Neste espaço, como sublinha o vereador da Acção Social, Manuel Brito, foram criados pequenos gabinetes para atender com privacidade quem ali se dirige.

Roupas e um banho

No pavilhão, que o vereador explica que continuará de portas abertas 24 horas por dia enquanto se mantiverem as temperaturas baixas, servem-se refeições, distribuem-se roupas e agasalhos, e também se pode tomar banho. Mas o objectivo principal, sintetiza a directora do departamento de Acção Social da autarquia, Sónia Ramos, é mesmo disponibilizar um espaço quente a quem passa as noites na rua.

Anteontem passaram pela Ajuda, pelo seu pé ou trazidas por carrinhas de instituições que trabalham com a população sem-abrigo, 26 pessoas, mas só quatro foram reencaminhadas para abrigos. As restantes não quiseram usufruir dessa possibilidade, mas não dispensaram uma refeição cozinhada na tenda da Cruz Vermelha Portuguesa e algumas horas abrigadas do frio.

Sentada numa cadeira de plástico branco, com gorro, cachecol e casaco vestido, Albertina passou a tarde de ontem no pavilhão, encostada a um dos vários aquecedores espalhados pelo espaço. "Estava em casa e vim para aqui ver se comia uma sopinha porque sou epiléptica e não posso usar o fogão", conta, enquanto lê O Amigo dos Leprosos, uma revista que trouxe da igreja onde foi assistir à missa.

Ontem à tarde havia muitos técnicos mas apenas quatro utentes na Ajuda. Um lia, outro via televisão com uma manta nas pernas e dois estavam simplesmente ali, longe dos sete graus que se faziam sentir nas ruas de Lisboa.



Friday, 21 January 2011

EXTRADIÇÃO DE RENATO


                                     "Mãe, preciso muito de ti, preciso muito de ti".

                                               (Ver notícia completa no Jornal SOL)

                                                     PRECISA DE NÓS TAMBÉM!

                                                                   Petição Pública

Fez asneira. Acabou com a vida de uma pessoa. Ninguém tem o direito de matar. No entanto, quem o conhece sabe que, numa situação de estado mental normal, o Renato não faria o que fez. Sob extrema pressão, algo fez despoletar uma crise que o levou a cometer aquele acto horrível que todos conhecemos e que a comunicação social não se cansa de expor...

Se tomarmos atenção a certos pormenores, mesmo no terrível dia do crime, e todo este processo demorado, toda esta "guarda" médica que o mantém detido no Hospital são sinais claros de que o Renato precisa de ajuda. Por Justiça, deve ser-lhe dada uma pena pelo que fez. Por caridade para com uma pessoa jovem, sem quaisquer antecedentes de rebeldia e violência e, neste momento, altamente vulnerável, deve ser proporcionada ajuda adequada, nomeadamente no que respeita à sua saúde mental.

É evidente que o seu estado mental não é dos melhores. Não está são. Se estivesse, não estaria há tantos dias sem alta do corpo médico do Hospital onde se encontra.

Está doente. Doente mental. Não, a doença mental não é - já foi! - aquele bicho que faz as pessoas serem "malucas", que devem ser quase que enjauladas, que fazia as pessoas verem os doentes mentais como "possuídos por demónios", perigosas, que devem ser afastadas e isoladas da sociedade.

É certo que determinados doentes mentais são perigosos. Mas para isso são tratados. Em sítios onde possam estar controlados e viver com alguma "normalidade"...

Mas... qual é o dever DE QUALQUER PESSOA para com os doentes? Seja para com os doentes mentais, com doentes oncológicos, terminais, seja para com doentes cardíacos ou apenas para com partiu uma perna? Não precisam TODOS ELES da nossa ajuda?

Agora....será que um jovem consegue superar e até tratar esta perturbação numa prisão norte-americana, longe da sua terra, dos seus costumes, da sua família?

É assim que queremos ajudar uma pessoa doente? Que sofre neste momento, não só por ter percebido a monstruosidade que fez, num momento de insanidade, mas por se ver nas condições em que se encontra e pensando no futuro que vai ter (ou não...)?

É assim que tratamos um filho da nossa terra?

Mesmo que seja condenado a prisão perpétua pela morte do cronista Carlos Castro, o Renato poderá vir a cumprir pena em Portugal. O país já recebeu portugueses a quem os Estados Unidos ditaram tal sentença, reduzindo-a para 20 e poucos anos.

Seria também uma forma de atenuar o sofrimento da familia. Nenhuma mãe deve estar separada do seu filho. Um cidadão português não deve estar preso longe do seu país e dos seus costumes.

Esperamos que no próximo dia 1 de Fevereiro, pelo menos 12 elementos do júri decidam que não existem provas suficiente para julgamento. Caso não aconteça, solicitemos às autoridades competentes a extradição do Renato para o seu país de origem e aqui cumprir justa pena.

(Trecho final do post adaptado do texto que faz parte da Petição Pública)

Se concorda, por caridade, assine a petição, clique aqui.

E mais uma vez peço orações por ele.

Virgem Santíssima, Refúgio dos Pecadores, rogai por nós!



Wednesday, 19 January 2011

A MINHA MÃE NÃO!



http://combate.blogspot.com/2007/06/solidariedade-com-o-prof-antnio-balbino.html

Quarta-feira, Novembro 17, 2004  

A minha mãe, não!
Este post é escrito pela minha irmã. Deveria ser eu a falar sobre o assunto, mas não quero exceder o tom mantido neste blogue. Aguento esse tom sob os olhos e o coração dela - que é o de todas as mães.
 
Chama-se Maria Arsénio Balbino. Nasceu nos Capuchos, junto a Alcobaça. Filha de pais simples, mas com uma formação humana e moral ímpar. Aluna brilhante, por preconceito da família, não seguiu para a Universidade. Formou-se a contragosto professora do ensino primário.

Mas nunca trabalhou contravontade. Exerceu a sua profissão com zelo, afinco e entrega. Foi professora durante 42 anos, durante os quais deu um total de... 12 faltas. Era exigente e severa, mas nunca desistiu de nenhum aluno.
Recorda um que recebeu já com duas reprovações na 1ª classe; com ela, passou os quatro anos, seguiu em frente e acabou por se licenciar. Ao longo da sua vida profissional, trabalhou milhares de horas para além do seu horário: aulas extraordinárias na escola e, quando isso já não era possível, ensinava em casa os alunos mais fracos, com dificuldades, sempre gratuitamente.
Foi adjunta da delegação escolar, onde para além do seu horário normal, fazia uma infindável “escrita”, que eu não percebia o que era; foi directora por várias vezes, quando o cargo era pouco apetecido porque acrescentado ao trabalho normal do professor, sem ganhar nada mais por isso. Nunca fez disso caso, era coisa tida por ela como “natural”.

Foi catequista durante outros 40 anos. Serviu a sua comunidade exemplarmente.Dela sempre recebi as sentenças mais duras. E acertadas. “Foste seleccionada para a prova de natação; mas não podes ir, não podes faltar à catequese”; “Não queres ficar a manhã sozinha em casa, mas não podes ir para a minha sala. Não é permitido. Ficas no átrio até à hora das tuas aulas à tarde, és aluna desta escola; assim não há problema”.Ela é a pessoa mais bem formada e mais imparcial que conheço. Nunca perdeu tempo a ensinar-me, mas perdeu muito a educar-me: “Nunca se mente”; “A julgar qualquer situação, devemos ser rectos como o sol”; “Antes quero ficar prejudicada nas minhas contas, do que ficar com um tostão que não é meu”.
“Nunca nos pomos à frente dos outros, para ninguém nos dizer «chegue-se lá para trás»”. Ensinou-me a nunca deixar de falar a ninguém; a ser correcta mesmo quando não são correctos para nós; a perdoar. A minha mãe sempre se continuou a relacionar e até estimar pessoas que lhe causaram danos na sua vida. Dir-me-ão que me ensinou tudo ao contrário. Eu continuo a pensar que me ensinou tudo certo.

Ela nunca seguiu uma pessoa, uma ideologia, um partido. Foi antes sempre fiel à sua identidade primeira: ser cristã. Nunca a vi com um dilema moral; simplesmente actuava sem hesitações segundo os seus princípios da justiça e da honestidade, mesmo que se prejudicasse ou incomodasse alguém com a sua decisão.

Há poucos anos atrás, foi-lhe diagnosticado um cancro. Com a promessa de ser operada dali a mês, mês e meio. Passaram quatro meses. Pessoas conhecidas a quem foi diagnosticado depois, foram operadas antes dela. O irmão da sua afilhada era médico nesse hospital. Mas ela explicava: “Não vou pedir a ninguém para ser operada mais cedo. Não ficava bem com a minha consciência ao passar à frente de pessoas eventualmente com casos mais graves. Seja o que Deus quiser”.

É uma mulher sábia. Antes do 25 de Abril chamava “velho de má pêlo” a Salazar que “para poupar nem a auto-estrada de Lisboa-Porto acabou”. Mas depois, sentenciou que “não vai ser julgado nenhum PIDE, sabem demais”. Com efeito, só numa noite “fugiram” 89, como sabemos. Em casos recentes, desde o princípio, diz ela: “escusam de estar, não se iludam, só lá fica o Bibi... nunca vi nenhum grande ser apanhado neste País”.

Pela sua experiência e perspicácia, sabe tudo sobre este Estado, onde se libertam suspeitos dos piores crimes e, agora, se perseguem pessoas de bem.

Mas nem ela podia prever o que se viria a passar...
Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada...”


Foi esta mulher, de 78 anos de que vos falo, que no dia 27 de Outubro último, às 7:00 horas, antes de clarear o dia, estremunhada, atende à porta. Em camisa de dormir. Devia ser um dos filhos, talvez algum dos netos se tivesse esquecido ali de um livro da escola. Era a Polícia Judiciária, com um mandado de busca a sua casa. Que não, esclarece ela, o filho António já não morava ali desde há 11 anos, quando se casou. Mas quem dirige a operação bem o sabe. À mesma hora, estavam em casa do filho, um procurador e outros dois inspectores; na casa dele o encontraram. Ainda assim, prosseguiram as buscas a casa da mãe, revistando-a. Era então por causa de um blog na Internet, em que o seu filho escreve, “às vezes, ferem-se certas susceptibilidades”, justificam. Era ali o quarto do filho? “Não é o quarto de hóspedes, onde os meus netos dormem quando cá ficam”. E o computador, que ela tinha comprado em 1993, para os filhos, que ali viviam quando solteiros, sem ligação à Internet? Foi-lhe apreendido (!!) embora ela não seja suspeita nem arguida de coisa nenhuma. E não sabe quando, e se, lho devolverão.

Recebeu muitos telefonemas e expressões de solidariedade. Dos verdadeiros amigos, boquiabertos, indignados. Ela pouco se queixou, lamenta mais o susto dos netos: “a busca à minha casa estava no mandado, mas o carro da minha nora... e com as crianças lá dentro?!!! Os miúdos ainda perguntam se aqueles homens vão voltar outra vez!”.

Há uns dias atrás, recebeu uma carta do Ministério Público. Foi lá hoje, candidamente, julgando que tinha que ver com uma tentativa de assalto, há uns meses, com uma faca apontada. Que nada! Esse caso não deve ter prioridade. Foi outra vez INTERROGADA sobre o gravíssimo crime de que é suspeito o filho, que tem 40 anos e reside em casa própria há onze. E de que crime é suspeito o seu filho? Abusou de alguma criança, foi corrupto, traficante de droga, responsável por falência fraudulenta? NÃO! Simplesmente, não se cala. É suspeito do “crime” de não actuar como animal amestrado, de rejeitar baixar a cerviz à corrupção do sistema, da sua natureza neutralizar as injecções de anestesia que vamos recebendo todos nós, povo anónimo.
A minha mãe foi toda a sua vida uma rocha de integridade, um modelo de honestidade e serviço. Seria bom que todos os agentes da justiça, incluindo aqueles que comandaram e autorizaram esta operação, tivessem pelo menos metade da sua honestidade, da sua rectidão, do seu zelo profissional. Não posso conformar-me com isto que se passou. Chateiem os filhos, intimidem-nos, procurando amestrá-los. Mas a minha mãe, não! Deixem-na fora disto.

A ela não lhe farão nenhuma estátua, não darão o seu nome a nenhuma rua. Mas nas estradas do meu coração, a avenida larga da dignidade, da rectidão e da inteireza moral tem o seu nome. Ao contrário de arguidos famosos, não se levantará a voz de nenhum líder partidário, de nenhum bispo, de nenhum “bastonário da ordem dos professores” ou “defensor” dos direitos humanos. Não é preciso. Ela não necessita de defesa.Quem a defende é a sua vida impoluta.
Talvez não da injustiça dos homens.

Mas inteiramente perante as instâncias que importam.

Perante os amigos. Perante a família. Perante si mesma. Perante Deus.

Repito. A minha mãe, não!


Ana Maria Caldeira

Alcobaça, 16 de Novembro de 2004
Publicado por Antonio Balbino Caldeira às 02:12




Sunday, 16 January 2011

FAMÍLIAS A VIVER NA RUA

Sociedade

Famílias a viver na rua: Amor sem uma cabana

A realidade dos sem-abrigo está a mudar e há cada vez mais famílias inteiras a viver na rua

Clara e Paulo vivem com os três filhos numa carrinha velha, Carla e Cândido num terreno baldio

           
 Paulo e Clara vivem há oito meses numa carrinha Fiat emprestada pelo compadre. O espaço é dividido com os três filhos

                                                             Foto José Pedro Tomaz

Paulo e Clara vivem há oito meses numa carrinha Fiat emprestada pelo compadre. O espaço é dividido com os três filhos.Uma escavadora da Câmara Municipal de Lisboa destrói um barracão e arrasta uma família para a rua. A Patrícia, de olhos doces e redondos, tão pequenina nos seus dois anos. O Zé, que, aos seis anos, precisa de um sítio onde possa desenhar as primeiras letras. E o Mário, de nove, que tem problemas mentais por causa da "porrada que a avó lhe deu" com uma vara e um chinelo quando era bebé. "Éramos felizes, uma família, já não somos", lamenta Clara Antunes, a quem falta o apelido Manteiga porque "não há dinheiro para o casamento com o Paulo". Não fosse o compadre que mora numa esquina do Campo Grande, há oito meses que dormiam na rua. Felizmente, estava ali parada a sua velhinha carrinha Fiat, à espera. Do espaço com três metros quadrados fez-se um lar para cinco.

"Continuamos a almoçar e a jantar sempre juntos", orgulha-se Paulo, apontando para a carrinha que, de porta aberta, oferece um retrato dos dias desta família: um fogão, fotografias antigas, um colchão velho, alguns cobertores, brinquedos e um papel com a declaração "Amo-te, pai". Mas não é a mesma coisa. "Os meus filhos não são os mesmos, estão revoltados." Viviam no barracão há três anos, quatro anos depois de o casal se ter cruzado num café do Campo Grande. Ela pediu um café, ele serviu - a cena repetiu-se durante meses. "Tens namorado?", perguntou Paulo, enfim, um dia. "Não, não tenho". "Então, queres namorar comigo?" E a bomba explodiu: "Quero, se aceitares o meu filho." Clara já era mãe e Paulo não sabia.

A revelação foi um gatilho. Clara nasceu numa família de oito irmãos, estudou até aos 16 anos, mas ainda estava na quarta classe. Desistiu quando "a professora saiu da sala para atender um telefone" e lhe fizeram "coisas feias só porque era rapariga e gostava de usar mini-saias". O percurso de Paulo era semelhante: estudou até aos 18 anos, mas quando o pai e o irmão mais velho morreram com cirrose foi trabalhar para ajudar os oito irmãos. As duas existências de fúrias e naufrágios cruzaram-se e, um ano depois, nasceu o Zé.

Nenhum trabalha - recolhem cobre, latão e alumínio para vender no ferro-velho - mas recebem, tudo somado, 921,50 euros mensais do Estado. Garantem que não é suficiente. Como não pode faltar comida e escola, a casa ficou esquecida. Cada um fuma um maço e meio de tabaco por dia e Paulo já bebeu em excesso. Quando regressava ao barracão, a mulher calava-se, ele lançava--lhe um olhar raivoso, começava a insultá-la, as crianças aos berros e ele aos pontapés. Depois arrependia-se, e as zangas terminavam com um artifício de reconciliação, a promessa de deixar de beber e ser um homem de horas certas. "Isso acabou, só bebo um copo de vinho às refeições", garante com os braços da Patrícia enrolados nas suas pernas. "Só consegue adormecer agarrada a mim." A família candidatou-se a uma casa em 2006, em Julho deste ano chegou a resposta. Positiva. Estão à espera.

Casal sem filhos A noite transforma os sem-abrigo de um terreno baldio dos Anjos, em Lisboa, em figuras absurdas. Um homem com corpo de plasticina ginga em cima de duas muletas e um pelotão de ratazanas esfomeadas, de longas caudas e olhos amarelos, devora o milho atirado ao ar por uma prostituta velha de gargalhada ácida. É lá que Cândido Vieira, 35 anos, vive com Carla Ferreira. Cândido tem no corpo e no discurso um jeito que mistura o rigor militar com a vida de mulheres e ócio que reivindica. Mas deixou-se disso pela Carla. Declara-se apaixonado pela açoriana de 31 anos que chegou ao continente há menos de dois.

"Conhecemo-nos há um ano. Ela começou a entrar comigo e eu disse 'não sou a pessoa indicada para brincares', fiz-lhe uma cara...", começa Vieira, para Carla terminar: "Foi numa sexta-feira. Ele pegou em mim, beijou-me e fomos viver juntos logo depois." O encontro foi no Centro de Acolhimento de Xabregas, viveram em Coimbra alguns meses e chegaram aqui. São uns "privilegiados": no extremo do terreno que ocuparam há os restos de um armazém que oferece tecto e um muro que protege das ratazanas. É aí que penduram um cobertor cor-de-rosa para fazer deste buraco uma casa, onde guardam o sofá que serve de cama, o caixote que guarda roupa dobrada e o armário onde repousa um fogão, tachos e alguns temperos. "Ele cozinha muito bem, eu não sei fazer nada. Hoje o jantar estava de chorar por mais", elogia Carla. Cândido sorri e sem pressa descreve a ementa: "Foi um arrozinho branco a acompanhar uma mistura de tomate, alho francês, pimento, chocos e salmão com caril."

Este casal é parte integrante da nova realidade dos sem-abrigo em Lisboa, que se está a alterar com o aumento do número de famílias inteiras na rua, explica Ana Corte do Grupo Técnico da Rede Distrital de Lisboa. "Há um novo sem-abrigo, uma realidade diversa, como famílias na rua, que tende a aumentar e a agravar-se." Para a responsável, "combater esta nova realidade é o principal objectivo deste plano [Plano da Cidade para a Pessoa Sem Abrigo]". Quando à noite se deitam, Paulo abraça a namorada e adormecem. Não se lembram do que queriam ser quando eram crianças, mas todas as noites Cândido sonha com um emprego. "Gostava de ser cozinheiro."

Imigrantes Todos os domingos chegam, discretas, ao Parque das Nações carrinhas de vidros fumados, sem qualquer inscrição. Vêm cheias de imigrantes de Leste que pagam 140 euros pela viagem. Muitos vêm ter a este descampado no Areeiro, atrás dos antigos Cinemas Alfa. São 55 pessoas, quatro da Bulgária, os restantes da Roménia. Várias famílias de pele morena e olhos claros e brilhantes, em que não há velhos nem crianças. Os primeiros ficam a tomar conta dos segundos no país de origem; os outros correm atrás da promessa de um trabalho na apanha da azeitona que se desfaz à chegada.

É Decir, 14 anos, que conta tudo isto. Um adolescente romeno de voz grossa e cabeça rapada que parece não reparar que o fato de porta-voz lhe fica demasiado largo. "Já vim quatro vezes, fico uns meses e depois volto. Lá é muito pior." Decir fala de fome e falam também a Mariscka, o Mariano e a Maria. Fome, com todas as letras, é das poucas palavras que pronunciam em português. "Estamos cá a pedir, todos, mas alguns homens arranjam trabalho no mercado." Um dia a carregar caixotes de fruta no mercado vale cinco euros.

Não fosse a roupa colorida que usam e a comunidade seria imperceptível nesta paisagem cinzenta de estaleiro, onde não existe um único abrigo. Um jovem de pés tortos deita-se no chão e encosta-se a uma parede, para demonstrar como se protegem em dias de tempestade. Todos se riem e isso é o mais espantoso: a passividade. Não fogem da chuva porque não têm para onde ir. Como se o fim do caminho fosse ali.

Publicado em 21 de Setembro de 2009


SEM ABRIGO MORRE À PORTA DE CENTRO

Protestos

Sem-abrigo morre à porta de centro

Utentes de Xabregas acusam a direcção de prepotência e denunciaram o caso ao PGR. Centro não o nega.

Uma mulher idosa "bastante debilitada" entrou no Centro de Acolhimento de Xabregas numa sexta-feira à tarde para lá ficar o fim-de-semana. Dormiu e, no dia se- guinte, não entregou a chave do cadeado do armário como obriga o regulamento. Nessa noite, não foi autorizada a entrar e "dormiu à porta". "Foi encontrada morta. O INEM já nada pôde fazer."

A morte da mulher é denunciada pelos sem-abrigo antigos do Centro de Acolhimento de Xabregas (CAX), que garantem que aconteceu em 2010 e foi a gota de água que fez transbordar as queixas em relação à gestão de João Barros, em funções desde 2007.

"Um auxílio não se nega a ninguém. O caso foi abafado e não foram apuradas as responsabilidades", protesta Osvaldo Moleirinho, 53 anos, que frequenta o CAX há 12. É quem dá a cara pelos utentes mais antigos e que escreveu cartas para várias instituições públicas, nomeadamente a Câmara Municipal de Lisboa, a Segurança Social e a Procuradoria-Geral da República (PGR). "Acabei de receber uma carta do PGR a dizer que o caso está a ser investigado", informa.

O Centro de Acolhimento de Xabregas é entendido como uma solução de emergência e não uma residência. Logo, os sem-abrigo deixam os objectos pessoais num cacifo durante a noite e são obrigados a retirá-los no dia seguinte.

"O dr. João Barros implementou uma nova regra: todos os utentes que à saída se esqueçam de entregar a chave do cadeado do armário passam essa noite na rua", conta Osvaldo Moleirinho.

por CÉU NEVES

Wednesday, 12 January 2011

A MESSAGE FROM MEDJUGORJE

MEDJUGORJE: MIRACLE OF THE SUN

TEN SECRETS OF MEDJUGORJE FROM MIRJANA SOLDO

MIRJANA'S APPARITION IN MEDJUGORJE

ENTREVISTA AL PADRE JOSE FORTEA

Entrevista a José Antonio Fortea, párroco de Villalbilla y exorcista

Tortuga de las Tinieblas -

Jueves.27 de octubre de 2005 - 38744 visitas - 142 comentario(s)

Tele 5

ESTO SÍ QUE ES MIEDO

RODRIGO BLÁZQUEZ

José Antonio Fortea, párroco de Villalbilla (Madrid) y teólogo especializado en ‘demonología’, es una autoridad en la Iglesia Católica española para asuntos de exorcismos. Fortea lleva siete de sus 38 años “liberando” posesos por toda España. En estos días en los que el Vaticano ofrece cursos de exorcismo para sacerdotes con ganas de aprender, INFORMATIVOSTELECINCO.COM ha hablado con él.

José Antonio cursó sus estudios de Teología para el sacerdocio en la Universidad de Navarra. Se licenció en la especialidad de Historia de la Iglesia en la Facultad de Teología de Comillas. Pertenece al presbiterio de la diócesis de Alcalá de Henares (Madrid). En 1998, defendió su tesis de licenciatura ’El exorcismo en la época actual’ dirigida por el entonces secretario de la Comisión para la Doctrina de la Fe y actual número 2 de la Conferencia Episcopla, Juan Antonio Martínez Camino.

¿Existe el demonio?

Para la Iglesia no hay duda, el demonio existe y no como un símbolo sino como una persona que se rebeló contra Dios y está condenado eternamente.

¿Está entre nosotros?

La Biblia es muy clara cuando afirma que no hay uno solo sino muchos demonios los que están en este mundo tentando a los seres humanos. San Pedro habla en el Nuevo Testamento del demonio como un león rugiente, rondando, buscando a quien devorar.

¿Hay personas que hayan sido poseídas por el demonio o por otros espíritus?

Por supuesto pero los ángeles no poseen, sólo posee el demonio.

¿Usted ha visto algún caso?

Sí, en estos siete años de trabajo, he encontrado entre 20 y 30 casos indudables de poseídos.

¿Puede contarnos lo que vio?

Los poseídos pueden hablar en lenguas que desconocen, pueden estar dotados de una fuerza descomunal, vomitar objetos como cristales o clavos e incluso, en unos pocos casos muy extraños, pueden llegar a levitar.

¿Ha visto levitar a alguien poseído?

Yo nunca lo he visto pero personas de mi confianza sí han sido testigos de ello.

¿Cómo le llegan a usted posibles casos de personas que pueden sufrir una posesión demoníaca?

Hay cuatro vías. Psiquiatras que llevan años trabajando con un paciente y observan que lo que les ocurre se aleja cada día más de los manuales de psiquiatría y me piden que les eche una ojeada, familias que recurren a mí del tipo, “a mi hijo le ocurren cosas muy raras desde que hizo espiritismo”, eclesiásticos e incluso personas que temen haber sido poseídas y me piden ayuda.

¿Y qué hace con ellos, cómo actúa?

Lo primero que hay que hacer es averiguar si el presunto poseso es real o tiene problemas psicológicos y sólo cree estar poseído. Trabajo con psiquiatras en el análisis psicológico de la persona. Escucho a las familias y, finalmente, hago una serie de pruebas para confirmar la presencia del diablo en su cuerpo.

¿Qué pruebas?

No quiero dar muchas pistas para que los que se creen poseídos no se sugestionen y modifiquen su comportamiento pero le puedo decir que si, como me ha ocurrido, un niño de once años contesta a preguntas muy concretas en latín preciso y fluido, es muy probable que esté poseído.

Y después, en los casos en los que confirma la posesión diabólica, ¿cómo actúa?

Hago lo que se llama el Ritual de exorcismo.

¿En qué consiste?

De forma muy resumida: se pide perdón por los pecados, se lee la Biblia, se reza la letanía de los santos y una larga oración a Dios y, al final, se hace una conjuración al Demonio ordenándole que salga del cuerpo.

¿Cuánto puede durar un exorcismo?

De 30 minutos a varios meses. Depende de muchos factores pero para liberarse del demonio hay que abandonar el pecado, aceptar a Cristo y perseverar.

¿Y qué le sucede al poseído cuando lo cura?

No es una cura, es como una liberación. Se pone peor y peor hasta que lanza un grito espantoso y cae sobre el suelo, en paz. Es como despertar de un sueño, no recuerdan nada del exorcismo.

¿Cómo elige el demonio a las personas que posee? Le pude ocurrir a cualquiera o depende de su comportamiento en la tierra?

No es que el Demonio elija a nadie pero lo que está claro es que si no se le abre la puerta, no puede poseernos.

¿Cómo se le abre esa puerta?

Europa se está olvidando del cristianismo y ahora se interesa mucho por la brujería, el espiritismo, la ouija, la New Age, la santería afrocubana... todas estas cosas que están llegando a Occidente están abriendo puertas al diablo. En el futuro se hablará mucho de esto, cada vez habrá más casos.

Explíquese.

Hay que advertir a la gente que estas cosas que a muchos los parecen inofensivas entrañan graves peligros porque abrimos la puerta a Diablo. Uno puede tentar a la suerte varias veces y no ocurrirle nada pero posteriormente sí puede quedar poseído.

¿Cómo entró usted en este mundo de las posesiones y los exorcismos?

Yo estaba haciendo la licenciatura en Teología en la especialidad de Historia de la Iglesia cuando recibí por parte de mis superiores el encargo de hacer la tesis sobre el exorcismo y entonces, al final, tuve que aceptar. El director de la tesis fue Juan Antonio Martínez Camino, secretario de la Congregación de la Doctrina de la Fe de la Conferencia Episcopal- y actual secretario de esta institución- y acabé la tesis. Los casos me empezaron a llegar porque era el único que había estudiado este campo en España.

¿Comparte la Iglesia Católica todo lo que nos acaba de contar?

La posición oficial de la Iglesia es muy clara y así aparece en los documentos oficiales. En resumen, esta postura es que existe el demonio, existe la posesión y el exorcismo tiene efecto.

¿Le preocupa que la gente piense que esto son tonterías propias del pasado?

El exorcismo está presente en los textos fundacionales de la Iglesia ya que Jesús, estando aún en la tierra, concedió un poder y una Autoridad a los Apóstoles sobre los demonios. El propio Papa Juan Pablo II hizo cuatro exorcismos durante su pontificado.

¿Qué piensa de las películas que se han rodado sobre los exorcismos?

La única que trató de reflejar la verdad ha sido ‘El exorcista’. Estuvieron bien asesorados y muestran algunas cosas que suceden realmente.


PADRE JOSE FORTEA EXORCISTA EM PORTUGAL


                         Exorcista. "Os padres estão pouco preparados para lidar com demónios"
                                                                     (Foto Filipe Casaca)
O padre católico espanhol José Fortea é uma das maiores autoridades católicas em matéria de exorcismo. Veio a Portugal, mas não para exorcizar

José Fortea garante que nunca quis ser exorcista. Aos 42 anos, vive em Roma numa residência eclesiástica com 40 padres. Diz que nunca se deita sem antes fazer um exame de consciência
É um nome incontornável quando se fala de exorcismo e Igreja Católica. Em Espanha há cinco exorcistas, cujas identidades são guardadas em segredo pelos bispos. Mas a do padre José Fortea é conhecida no mundo inteiro. Passou os últimos anos a viajar, para ensinar outros padres a lidar com espíritos malignos - recorrendo a disciplinas como Antropologia do Satanismo ou Possessão Diabólica. Há pouco mais de um ano mudou-se para o Vaticano, onde está a preparar a tese de doutoramento sobre exorcismo. José Fortea fala do Diabo com uma familiaridade e seriedade de espantar e veio a Portugal apresentar o seu último livro, que é o manual mais completo sobre demónios e exorcismos da Igreja: "Tratado de Demonologia e Manual de Exorcistas" (editora Paulus). Tímido na aparência, calmo na voz, interrompe a entrevista para confessar que há coisas que não se explicam. "Como aquele padre jesuíta que ia embarcar no Titanic e o seu superior o obrigou a voltar para trás, ou aquela mulher que chegou atrasada ao Airbus que caiu no Atlântico e morreu um mês depois num acidente de carro." Durante os primeiros cinco minutos de entrevista, José Fortea falou sempre de olhos fechados.

Diz-se que os padres mais novos não sabem nada sobre demónios. A Igreja está a distanciar-se destes assuntos?

Nos seminários, esta especialidade nunca foi ensinada em profundidade porque não era necessário. Quando havia um problema de possessão, o assunto era encaminhado para um especialista. Nas décadas de 1970 e 80 houve um grande distanciamento e os seminários estavam cheios de professores com ideias muito racionalistas. Agora já não é tanto assim.

E esses especialistas aprendem onde?

A melhor maneira de aprender é estar com um exorcista, vê-lo trabalhar, ouvir a experiência que ganhou com o tempo. Só os livros não chegam.

É por isso que tem viajado pelo mundo inteiro dando formação?

Sim. Faço-o porque é um tema que está muito esquecido e os padres estão pouco preparados. Mas ao fim e ao cabo, este tema não é assim tão importante. Se os exorcistas desaparecessem as pessoas possuídas sofreriam, mas a Igreja não deixaria de existir.

Como é que se tornou exorcista?

Cada um tem a sua história. No meu caso, nunca quis ser exorcista. O meu bispo chamou-me e disse-me que deveria ser o tema da minha tese final de licenciatura. Tive de lhe obedecer. Entretanto, visitei exorcistas do mundo inteiro (aprendi muito com o padre Gabrielle Amorth, exorcista da diocese de Roma) e foram-me aparecendo casos. Tive de os atender porque não havia mais ninguém.

Qualquer padre pode fazer exorcismos?

Sim. Com autorização do respectivo bispo. Mas a qualidade da vida espiritual de cada padre pode aumentar o seu poder.

Falou do padre Amorth. Pensei que não se davam. Ele diz que há seitas satânicas no Vaticano em que participam cardeais e o padre José criticou-o publicamente.

Ele disse o que pensava e eu disse que isso não fazia sentido. As pessoas têm sempre a ideia de que na Igreja há complôs. É da natureza do ser humano criar romances. O colégio cardinalício merece muito respeito e os cardeais são pessoas que se dão à Igreja. E não ganham tanto como se pensa. Um cardeal normal ganha menos de 2000 euros.

Quando um padre comete pedofilia está sob a influência do demónio?

Claro que o demónio pode tentá-lo. Mas a pedofilia explica-se por razões naturais.

Já exorcizou algum padre?

[risos] Algumas vezes.

Diz no seu livro que o demónio tenta mais as pessoas que têm altos cargos na Igreja. O Papa tem de ter cuidados especiais?

É verdade que os demónios tentariam mais a Igreja, mas a oração da Igreja pela Igreja protege-a e o Papa está muito protegido pela oração. Quanto mais rezamos, mais tentações evitamos.

O Diabo também não deve gostar muito de si.

Eu sou mais odiado não por ser importante na Igreja, mas porque falo de mais. Sei que devia rezar mais a Deus para pedir protecção...

Nunca lhe aconteceu nada de estranho?

Só uma vez, em que as luzes de casa se acenderam de repente. Mas depois não aconteceu mais nada.

E não tem medo?

Não, porque acredito em Deus.

Os nomes dos exorcistas normalmente não são revelados. Nunca foi acusado de excesso de mediatismo?

Sim. No início estava na paróquia e era valorizado pelos meus companheiros. Mas percebi que tinha de falar, convencer as pessoas. Então começaram as críticas. Mas... já pensei muitas vezes que se me visse na televisão e não me conhecesse... eu próprio pensaria mal de mim. E desconfiaria. O bispo disse-me que os media não deveriam saber, no início. E eu entendo. Sei que o demónio não quer que dê conferências ou apareça nos jornais, falando do bem. O demónio quer estar oculto e a pouco e pouco vamos tirando os símbolos religiosos da sociedade. Antes, Deus estava presente nas ruas, nas escolas. Havia hábitos religiosos. Hoje, falta pouco para que Deus não apareça.

O Vaticano mudou o ritual do exorcismo. Há quem diga que foram retiradas orações muito importantes e introduzidas outras que não têm poder. Concorda?

Não. Os dois rituais são igualmente eficazes.

Já o ouvi dizer que o Inferno enquanto local não existe.

Sim. O Inferno não é um sítio, porque as almas não ocupam espaço. É um estado. Mas são pouquíssimo os condenados, acredito, porque Deus é misericordioso.

Se Deus quisesse podia acabar com os demónios. Porque não o faz, se é um Deus de tanto amor?

Deus permite o mal. O sofrimento às vezes faz muito bem à alma. Deus nunca nos dá uma cruz maior do que aquela que podemos suportar e permite o mal neste mundo porque, quando um ser humano nasce, a linha de saída não tem nenhum mérito. Mérito é gerir o bem e o mal até ao fim.

Deus e o demónio conversam ?

Acredito que o fazem algumas vezes. Mas o demónio não vai visitar Deus, está no Inferno. Só que por vezes eleva a sua voz a Deus. E Deus escuta-o. Mas Deus tem pouco a dizer ao demónio e o demónio não quer falar com Deus.

Quantos exorcismos já fez?

Perdi a conta. A sério que não sei. Antes de estar em Roma recebia gente de manhã, e à tarde, todos os dias.

Vai estar com colegas exorcistas cá?

Não. Só para apresentar o livro.

Mas há exorcistas em Portugal?

Não sei mesmo. Só perguntando.

E vai fazer algum exorcismo cá?

[risos] Não. Só posso fazer na minha diocese.

Paga-se por um casamento e um baptizado. E um exorcismo, quanto custa?

Nada. Os exorcistas trabalham por amor a Deus. Mesmo que seja preciso rezar por alguém durante anos para o libertar.

Com Marta F. Reis e Cláudia Garcia

por Rosa Ramos, Publicado em 08 de Julho de 2010.



PADRE JOSE FORTEA


Definido como demoniologista, especialista em demônios, o padre espanhol revela que já perdeu as contas de quantos exorcismos realizou e tem registrado em áudio todas as seções feitas até hoje.

O caso mais emblemático do padre Fortea é o da jovem espanhola chamada Marta, possuída por uma legião de demônios, liderados por Zebulon, um dos servos de Satanás.

Padre José Fortea, nascido na cidade de Barbastro – Espanha, em 1968, cursou Teologia em Navarra. Licenciado na especialidade de Historia da Igreja na Faculdade de Teologia de Comillas. Pertenece à diocese do município de Madrid chamado Alcalá de Henares. Em 98 defendeu sua tese de licenciatura “O exorcismo na atualidade”.

Autor da “Summa Daemoiaca – tratado de demoniologia e manual de exorcistas”,considerada a obra de referência da Igreja católica sobre tudo o que tem a ver com o diabo e o exorcismo, eminentemente prático, organizado quase totalmente sob a forma de perguntas e respostas, procura dar uma visão abrangente do mal e das suas diferentes encarnações à luz da doutrina católica. Atualmente está em Roma realizando seu doutorado em Teologia.

Embora Fortea tenha recusado revelar a identidade da menina possuída, uma vez convidou para assistir um dos seus exorcismos, dois jornalistas, que afirmam que ela levitava diante dele.

O escritor Lorenzo Silva, que viu Fortea “lutar contra o Inimigo”, resume: “A cena é poderosa. Um possesso agitando-se e gritando todo tipo de blasfêmias com voz horrenda, e o exorcista tranqüilo, rezando seus latins e conjurando o demônio a que diga como entrou e a sair do infeliz. É só isso, oração durante horas. Não mais de três por sessão. Se com três horas não sair, é preciso deixar para outro dia.

Você assiste o vídeo do Pe Fortea aqui: http://www.gloria.tv/?media=89022


EL EXORCISMO DE EMILY ROSE: EL PADRE FORTEA AFIRMA QUE EN ESPAÑA SE PRODUCEN ENTRE OCHO Y DIEZ EXORCISMOS ANUALES


La película 'El exorcismo de Emily Rose', de Scott Derrickson, ha reabierto un caso de posesión demoníaca ocurrido en Alemania en los años setenta. La presentación del filme en nuestro país ha corrido a cargo del padre José Antonio Fortea, quien ha expuesto la opinión de la Iglesia como Institución sobre la existencia del demonio y ha dado datos sobre el número de exorcismos que se practican en España y quien los lleva a cabo.



La cinta, que se estrenará el próximo 18 de noviembre en los cines españoles, está basada en hechos reales. Emily Rose (Jennifer Carpenter) deja el protegido ambiente de su hogar rural para ir a la universidad sin la menor sospecha de lo que le espera. Una noche, sola en su dormitorio, sufre la primera "alucinación" y pérdida de conocimiento aterradoras.


Puesto que los ataques son cada vez más frecuentes e intensos, Emily, católica devota, decide someterse a un exorcismo dirigido por el cura de su parroquia, el padre Richard Moore (Tom Wilkinson).


Al morir la joven durante el aterrador exorcismo, acusan al sacerdote de homicidio negligente. Erin Bruner (Laura Linney), una sobresaliente abogada defensora, acepta de mala gana representar al Padre Moore a cambio de la seguridad de un contrato de sociedad con su bufete de abogados. A medida que el juicio avanza, el cinismo y ateísmo de Erin se tambalean debido a la fe inquebrantable del Padre Moore y a los hechos, espeluznantes e inexplicables, que rodean el caso.


El padre Fortea da datos reales sobre exorcismos

Según los datos proporcionados por el religioso, en España "existen siete exorcistas y el número de casos varía porque algunas veces estos se prolongan". "Al año, habrá entre ocho y diez personas posesas en nuestro país, pero son datos orientativos", explicó.

Asimismo, indicó que Italia es el "país con más número de sacerdotes dedicados al exorcismo" y el lugar "donde más se interesa la juventud por estos temas".

Asimismo, lugares del "África profunda, Haití o Brasil "son escenarios de "mayor número de posesiones a los que deberían acudir más exorcistas" desde su punto de vista. "En este campo, la necesidad es mayor que la oferta", lamentó. Por otra parte, Fortea opinó que la película "antológica" 'El exorcista' es "sin duda, el mejor filme de terror de todos los tiempos".

14 de noviembre de 2005








EL PADRE FORTEA PRESENTA "SUMMA DAEMONIACA"

"La mayor parte de los exorcismos defraudarían a la gente que los viera"

10.06.08 telecinco.es

El padre José Antonio Fortea es uno de los cinco exorcistas reconocidos por la Iglesia en España. Acaba de publicarse su libro 'Summa Daemoniaca' en el que narra todos lo secretos e historias de un exorcista en activo. Escépticos y creyentes, con la mente débil, abstenerse.

El padre Fortea no es un párroco cualquiera. Trabaja en su Iglesia, da sus misas pero, en sus ratos libres, se dedica a exorcizar a todo aquel que sospeche estar poseído por el demonio. Los signos son los mismos que tantas veces hemos escuchado en las películas: convulsiones, histeria... Tras el paroxismo la persona se queda inmóvil, relajada. "Sabemos que no es ninguna enfermedad porque la persona sana durante meses, e incluso años", explica el padre Fortea.

El exorcista debe orar durante horas para sacar al demonio del cuerpo. En ocasiones muy excepcionales, la persona afectada puede llegar a escupir clavos y a levitar. Existen testimonios de reconocidos exorcistas que han presenciado este tipo de reacciones.

José Antonio Fortea, consciente del escepticismo que despierta su profesión en la gente, puntualiza que "la Iglesia no cree que su imagen se vaya a ver beneficiada por los exorcismos". De hecho, recomienda que antes de pedir ayuda a un sacerdote, se dirijan a un médico o a un psiquiatra. Cuando la enfermedad no sana por los cauces habituales, se puede tratar de una posesión.

El periodista José Manuel Vidal ha sido testigo de un exorcismo practicado por José Antonio Fortea a una joven. Él no creía en el demonio, sí como símbolo, pero no como una realidad en peno siglo XXI. Sin embargo lo que presenció le dejó estupefacto. "Vi una lucha agónica entre el bien y el mal", explica, "durante dos horas y media el padre Fortea luchó contra algo que estaba en el cuerpo de la joven".

Pero, ¿quién puede ser víctima de un exorcismo? El padre Fortea explica que practicar la santería te expone a los espíritus. Cuando entras en contacto con ellos, aunque en un principio parezcan inofensivos y te concedan algo, siempre piden otra cosa a cambio. Incluso, a menudo pueden hacerse pasar por ángeles. "Los que hemos decidido hablar a los medios ha sido para advertir a la sociedad de que no debe meterse en el ocultismo".

Corrían loa años 60 cuando un terrible caso vio la luz. Una joven de 16 años de la región de Leiblfing, Alemania, comenzó a padecer extraños ataques que fueron diagnosticados como epilepsia. Pasaron algunos años en los que Anneliese confesó tener visiones demoníacas y escuchar voces. Ante el desconcierto de los médicos, sus padres consideraron que estaba poseída. Los ataques aumentaron y la joven enfermaba día a día. Finalmente, a los 23 años falleció. Sus padres y los dos párrocos que la trataron fueron condenados por negligencia, ya que en la autopsia se concluyó que Anneliese había muerto por desnutrición y deshidratación.

El padre Fortea, que conoce muy bien el caso, explica que los curas, noveles en temas de exorcismos, cometieron el error de no llevarla a un hospital al ver que el demonio impedía comer a la joven. "Sólo cuatro o cinco casos al año son realmente de posesión", la mayoría han pasado antes por especialistas, psiquiatras, asegura Fortea. "Yo prefiero que lleguen pocos casos a mí", sentencia el párroco. Decisión personal de cada uno es ya decidir si cree o no en el demonio.

ENTREVISTA AO PADRE JOSE ANTONIO FORTEA, EXORCISTA


Entrevista a Padre José Antonio Fortea, párroco de Villalbilla y exorcista. Europa se está olvidando del cristianismo y ahora se interesa mucho por la brujería, el espiritismo, la ouija, la New Age, la santería afrocubana... todas estas cosas que están llegando a Occidente están abriendo puertas al diablo. En el futuro se hablará mucho de esto, cada vez habrá más casos. Explíquese. Hay que advertir a la gente que estas cosas que a muchos los parecen inofensivas entrañan graves peligros porque abrimos la puerta a Diablo. Uno puede tentar a la suerte varias veces y no ocurrirle nada pero posteriormente sí puede quedar poseído.

José Antonio Fortea, párroco de Villalbilla (Madrid) y teólogo especializado en ‘demonología’, es una autoridad en la Iglesia Católica española para asuntos de exorcismos. Fortea lleva siete de sus 38 años “liberando” posesos por toda España. En estos días en los que el Vaticano ofrece cursos de exorcismo para sacerdotes con ganas de aprender, INFORMATIVOSTELECINCO.COM ha hablado con él.

José Antonio cursó sus estudios de Teología para el sacerdocio en la Universidad de Navarra. Se licenció en la especialidad de Historia de la Iglesia en la Facultad de Teología de Comillas. Pertenece al presbiterio de la diócesis de Alcalá de Henares (Madrid). En 1998, defendió su tesis de licenciatura ’El exorcismo en la época actual’ dirigida por el entonces secretario de la Comisión para la Doctrina de la Fe y actual número 2 de la Conferencia Episcopla, Juan Antonio Martínez Camino.

¿Existe el demonio?

Para la Iglesia no hay duda, el demonio existe y no como un símbolo sino como una persona que se rebeló contra Dios y está condenado eternamente.

¿Está entre nosotros?

La Biblia es muy clara cuando afirma que no hay uno solo sino muchos demonios los que están en este mundo tentando a los seres humanos. San Pedro habla en el Nuevo Testamento del demonio como un león rugiente, rondando, buscando a quien devorar.

¿Hay personas que hayan sido poseídas por el demonio o por otros espíritus?

Por supuesto pero los ángeles no poseen, sólo posee el demonio.

¿Usted ha visto algún caso?

Sí, en estos siete años de trabajo, he encontrado entre 20 y 30 casos indudables de poseídos.

¿Puede contarnos lo que vio?

Los poseídos pueden hablar en lenguas que desconocen, pueden estar dotados de una fuerza descomunal, vomitar objetos como cristales o clavos e incluso, en unos pocos casos muy extraños, pueden llegar a levitar.

¿Ha visto levitar a alguien poseído?

Yo nunca lo he visto pero personas de mi confianza sí han sido testigos de ello.

¿Cómo le llegan a usted posibles casos de personas que pueden sufrir una posesión demoníaca?

Hay cuatro vías. Psiquiatras que llevan años trabajando con un paciente y observan que lo que les ocurre se aleja cada día más de los manuales de psiquiatría y me piden que les eche una ojeada, familias que recurren a mí del tipo, “a mi hijo le ocurren cosas muy raras desde que hizo espiritismo”, eclesiásticos e incluso personas que temen haber sido poseídas y me piden ayuda.

¿Y qué hace con ellos, cómo actúa?

Lo primero que hay que hacer es averiguar si el presunto poseso es real o tiene problemas psicológicos y sólo cree estar poseído. Trabajo con psiquiatras en el análisis psicológico de la persona. Escucho a las familias y, finalmente, hago una serie de pruebas para confirmar la presencia del diablo en su cuerpo.

¿Qué pruebas?

No quiero dar muchas pistas para que los que se creen poseídos no se sugestionen y modifiquen su comportamiento pero le puedo decir que si, como me ha ocurrido, un niño de once años contesta a preguntas muy concretas en latín preciso y fluido, es muy probable que esté poseído.

Y después, en los casos en los que confirma la posesión diabólica, ¿cómo actúa?

Hago lo que se llama el Ritual de exorcismo.

¿En qué consiste?

De forma muy resumida: se pide perdón por los pecados, se lee la Biblia, se reza la letanía de los santos y una larga oración a Dios y, al final, se hace una conjuración al Demonio ordenándole que salga del cuerpo.

¿Cuánto puede durar un exorcismo?

De 30 minutos a varios meses. Depende de muchos factores pero para liberarse del demonio hay que abandonar el pecado, aceptar a Cristo y perseverar.

¿Y qué le sucede al poseído cuando lo cura?

No es una cura, es como una liberación. Se pone peor y peor hasta que lanza un grito espantoso y cae sobre el suelo, en paz. Es como despertar de un sueño, no recuerdan nada del exorcismo.

¿Cómo elige el demonio a las personas que posee? Le pude ocurrir a cualquiera o depende de su comportamiento en la tierra?

No es que el Demonio elija a nadie pero lo que está claro es que si no se le abre la puerta, no puede poseernos.

¿Cómo se le abre esa puerta?

Europa se está olvidando del cristianismo y ahora se interesa mucho por la brujería, el espiritismo, la ouija, la New Age, la santería afrocubana... todas estas cosas que están llegando a Occidente están abriendo puertas al diablo. En el futuro se hablará mucho de esto, cada vez habrá más casos.

Explíquese.

Hay que advertir a la gente que estas cosas que a muchos los parecen inofensivas entrañan graves peligros porque abrimos la puerta a Diablo. Uno puede tentar a la suerte varias veces y no ocurrirle nada pero posteriormente sí puede quedar poseído.

¿Cómo entró usted en este mundo de las posesiones y los exorcismos?

Yo estaba haciendo la licenciatura en Teología en la especialidad de Historia de la Iglesia cuando recibí por parte de mis superiores el encargo de hacer la tesis sobre el exorcismo y entonces, al final, tuve que aceptar. El director de la tesis fue Juan Antonio Martínez Camino, secretario de la Congregación de la Doctrina de la Fe de la Conferencia Episcopal- y actual secretario de esta institución- y acabé la tesis. Los casos me empezaron a llegar porque era el único que había estudiado este campo en España.

¿Comparte la Iglesia Católica todo lo que nos acaba de contar?

La posición oficial de la Iglesia es muy clara y así aparece en los documentos oficiales. En resumen, esta postura es que existe el demonio, existe la posesión y el exorcismo tiene efecto.

¿Le preocupa que la gente piense que esto son tonterías propias del pasado?

El exorcismo está presente en los textos fundacionales de la Iglesia ya que Jesús, estando aún en la tierra, concedió un poder y una Autoridad a los Apóstoles sobre los demonios. El propio Papa Juan Pablo II hizo cuatro exorcismos durante su pontificado.

¿Qué piensa de las películas que se han rodado sobre los exorcismos?

La única que trató de reflejar la verdad ha sido ‘El exorcista’. Estuvieron bien asesorados y muestran algunas cosas que suceden realmente.

DE:


Postado por Mons.Lebrum às 18:27

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011