Monday 29 November 2010

BELEZA E SIMPLICIDADE NA SAGRADA LITURGIA

O artigo abaixo é do Padre Uwe Lang e foi publicado nas edições inglesa e italiana de Zenit.


Uwe Michael Lang é padre da Congregação do Oratório de São Felipe Neri em Londres. Em setembro de 2008, o Papa Bento XVI nomeou-o consultor do Departamento para as Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice.

A NOBRE SIMPLICIDADE DOS PARAMENTOS LITÚRGICOS

Uwe Michael Lang, CO

A tradição sapiencial da Bíblia proclama Deus como "o próprio autor da beleza" (Sb 13,3), glorificando-o pela grandeza e beleza das obras da criação. O pensamento cristão, seguindo o exemplo da Sagrada Escritura, mas também da filosofia clássica como auxiliar, desenvolveu o conceito de beleza como uma categoria teológica.

Este ensinamento ressoou na homilia de Bento XVI durante a Missa de Dedicação da Basílica da Sagrada Família em Barcelona (7/11/2010): "A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, uma obra bela é pura gratuidade; ela nos chama à liberdade e afasta-nos do egoísmo". A beleza divina manifesta-se a si mesma de uma forma totalmente particular na sagrada liturgia, também através de coisas materiais das quais o homem, feito de alma e corpo, necessita para chegar às realidades espirituais: o edifício do culto, o mobiliário, os paramentos, as imagens, a música, a dignidade das próprias cerimônias.

Releia-se a propósito o quinto capítulo sobre "Decoro da Celebração Litúrgica" na encíclica Ecclesia de Eucharistia do Papa João Paulo II (17/04/2003), onde ele afirma que o próprio Cristo quis um ambiente adequado e decoroso para a Última Ceia, mandando que seus discípulos o preparassem na casa de um amigo que tinha uma "grande sala mobiliada no andar superior" (Lc 22,12; Mc 14, 15). A encíclica recorda também a unctio de Betânia, um evento significativo que antecipa a instituição da Eucaristia (cf. Mt 26; Mc 14; Jo 12). Diante do protesto de Judas, para quem a unção com o precioso perfume era um "desperdício" inaceitável, dada a necessidade dos pobres, Jesus, sem diminuir a obrigação de caridade concreta para com os necessitados, declarou seu enorme apreço pela atitude da mulher, porque a unção que ela realizou antecipou aquelas "honras de que continuará a ser digno o seu corpo mesmo depois da morte, porque indissoluvelmente ligado ao mistério da sua pessoa." (Ecclesia de Eucharistia, 47). João Paulo II conclui que a Igreja, como a mulher de Betânia, "a Igreja não temeu «desperdiçar», investindo o melhor dos seus recursos para exprimir o seu enlevo e adoração diante do dom incomensurável da Eucaristia" (ibid., 48). A liturgia exige a melhor de nossas possibilidades para glorificar a Deus, Criador e Redentor.

No fundo, o cuidado atento pelas igrejas e pela liturgia deve ser uma expressão do amor ao Senhor. Mesmo nos lugares onde a Igreja não têm muitos recursos materiais, esta obrigação não pode ser negligenciada. Um importante Papa do século 18, Bento XIV (1740-1758) em sua encíclica Annus Qui Hunc (19/02/1749), dedicada sobretudo à música sacra, já exortava seu clero a manter as igrejas bem equipadas com todos os objetos litúrgicos necessários para a digna celebração da liturgia: "Nós queremos destacar que não estamos falando da suntuosidade e magnificência dos Templos Sagrados, ou da preciosidade dos objetos sagrados, nós bem sabemos que não podemos tê-los em toda parte. Falamos de decência e limpeza as quais a ninguém é lícito negligenciar, sendo decência e limpeza compatíveis com pobreza".

A Constituição sobre a Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II pronunciou-se de modo similar: "Ao promoverem uma autêntica arte sacra, prefiram os Ordinários à mera sumptuosidade uma beleza que seja nobre. Aplique-se isto mesmo às vestes e ornamentos sagrados" (Sacrosanctum Concilium, 124). Esta passagem refere-se ao conceito de "nobre simplicidade" introduzido na mesma constituição no número 34. Este conceito parece ter origem no arqueólogo e historiador da arte alemã, Johann Joachim Winckelmann (1717-1768), segundo o qual a escultura clássica grega caracterizava-se pela "nobre simplicidade e silenciosa grandeza".

No início do século 20, o conhecido liturgista inglês Edmund Bishop (1846-1917) descreveu o "gênio do Rito Romano" como marcado pela simplicidade, sobriedade e dignidade (cf. E. Bishop, "Liturgica Historica," Clarendon Press, Oxford, 1918, pp. 1-19). Esta descrição não é desprovida de mérito, mas é necessário estar atento à sua interpretação: o Rito Romano é "simples" se comparado a outros ritos históricos, tais como os Orientais que se distinguem pela grande complexidade e suntuosidade. Portanto, a "nobre simplicidade" do Rito Romano não deve ser confundida com uma mal compreendida "pobreza litúrgica" e um intelectualismo que pode levar à ruína da solenidade, fundamento do culto divino (cf. a essencial contribuição de São Tomás de Aquino na Summa Theologiae III, q. 64, a. 2; q. 66, a 10; q. 83, a. 4).

A partir de tais considerações é evidente que os paramentos sagrados devem contribuir para "o decoro da ação sagrada" (IGMR, 335), sobretudo "pela forma e pelo material usado", mas também de modo comedido, nos ornamentos (ibid., 344). O uso dos paramentos litúrgicos expressa a hermenêutica da continuidade, sem excluir um estilo histórico particular.

Bento XVI oferece um modelo em seus celebrações quando ele usa tanto uma casula de estilo moderno quanto, em algumas ocasiões solenes, a casula "clássica", usada também por seus predecessores. Ele segue o exemplo do escriba, que tornou-se discípulo do reino dos céus, e que Jesus compara a um pai de família que tira de seu tesouro coisas novas e velhas, nova et vetera (Mt 13,52).

Sábado, 27 de novembro de 2010


TEÓLOGO DO OPUS DEI DEFENDEU EM 2004 A POSIÇÃO DO PAPA SOBRE O USO DO PRESERVATIVO

Teólogo do Opus Dei defende comentários do Papa sobre preservativos. Em artigo de 2004!


MARTIN RHONHEIMER, nasceu em 1950 (Zürich, Suíça), estudou História, Filosofia, Ciência Política e Teologia em Zürich e Roma. Tem Doutorado em Filosofia pela Universidade de Zürich. Em 1983 foi ordenado sacerdote católico (incardinado na Prelazia da Santa Cruz e Opus Dei). É atualmente Professor de Ética e Filosofia Política na Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade da Santa Cruz em Roma.

A verdade sobre os preservativos

Martin Rhonheimer

Muitas pessoas estão convencidas de que uma pessoa soropositiva sexualmente ativa deveria usar preservativo a fim de proteger seu parceiro da infecção. O que quer que se pense sobre um estilo de vida promíscuo, sobre atos homossexuais ou prostituição, tal pessoa age, ao menos, com um senso de responsabilidade ao tentar evitar a transmissão de sua infecção para outras.

Considera-se comumente que a Igreja Católica não apoia tal visão. Conforme sugeriu recentemente um o programa Panorama da BBC, acredita-se que a Igreja ensine que os homossexuais sexualmente ativos e as prostitutas deveriam evitar o uso dos preservativos porque os preservativos são "intrinsecamente maus" (The Tablet, 26 de junho). Muitos católicos pensam o mesmo. Um deles é Hugh Henry, diretor de educação do Linacre Centre em Londres, que disse a Austen Ivereigh no Tablet da semana passada que o uso do preservativo, ainda que usado exclusivamente para evitar a infecção do próprio parceiro sexual "desrespeita a estrutura fértil que os atos conjugais devem ter, não podem constituir o recíproco e completo dom pessoal de si e, portanto, viola o Sexto Mandamento".

Mas este não é o ensinamento da Igreja Católica. Não existe ensinamento magisterial oficial seja sobre preservativos, pílulas anovulatórias ou diafragmas. Preservativos não podem ser intrinsecamente maus, somente os atos humanos podem sê-lo; preservativos não são atos humanos, mas coisas. O que a Igreja Católica ensinou claramente ser "intrinsecamente mau" é um tipo específico de ato humano, definido por Paulo VI em sua encíclica Humanae Vitae, e posteriormente incluído no nº 2370 do Catecismo da Igreja Católica como "qualquer ação que, quer em previsão do ato conjugal, quer durante a sua realização, quer no desenrolar das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação".

A contracepção, como um tipo específico de ato humano, inclui dois elementos: a vontade de praticar atos sexuais e a intenção de tornar a procriação impossível. Um ato contraceptivo, portanto, incorpora uma escolha contraceptiva. Como afirmei em um artigo no Linacre Quarterly em 1989, "uma escolha contraceptiva é a escolha de um ato que impede que os intercursos sexuais livremente consentidos, em que se preveem consequências procriativas, tenham tais consequências, e é uma escolha feita justamente por esta razão".

Por isto a contracepção, entendida como um ato humano qualificado como "intrinsecamente mau" ou desordenado não é determinado pelo que acontece no nível físico; não faz diferença se alguém impede que o intercurso sexual seja fértil tomando a pílula ou interrompendo-o de modo onanístico. A definição acima não distingue entre "fazer" ou "deixar de fazer", porque o coitus interruptus é um tipo de abstenção "ao menos parcial".

A definição de ato contraceptivo não se aplica, portanto, ao uso de contraceptivos para impedir possíveis consequências procriativas de uma violência sexual previsível; nesta circunstância a pessoa violentada não escolhe manter relações sexuais ou impedir uma possível consequência de seu próprio comportamento sexual, mas está simplesmente defendendo-se de uma agressão a seu próprio corpo e de suas indesejáveis consequências. Uma atleta que participa dos Jogos Olímpicos que toma uma pílula anovulatória para evitar a menstruação também não está fazendo "contracepção", porque não há intenção simultânea de praticar atos sexuais.

O ensinamento da Igreja Católica não diz respeito a preservativos ou aparatos físicos ou químicos similares, mas ao amor marital e ao significado essencialmente marital da sexualidade humana. O magistério afirma que, se pessoas casadas têm sérias razões para não ter filhos, elas devem modificar seu comportamento sexual pela abstenção, "ao menos periódica" dos atos sexuais. Para evitar destruir tanto o significado unitivo quanto o procriativo dos atos sexuais e, portanto, a plenitude da doação recíproca de si, elas não podem impedir que o ato sexual seja fértil praticando, ao mesmo tempo, o ato sexual.

Mas o que dizer das pessoas promíscuas, dos homossexuais sexualmente ativos e das prostitutas? O que a Igreja Católica lhes ensina é que simplesmente não deviam ser promíscuos, mas fiéis ao único parceiro sexual; que a prostituição é um comportamento que viola gravemente a dignidade humana, principalmente a dignidade da mulher e, portanto, não devia ser praticada; e que os homossexuais, como todas as outras pessoas, são filhos de Deus e amados por Ele como todos são, mas que eles deveriam viver me continência como toda e qualquer pessoa solteira.

Mas e se eles ignoram este ensinamento e correm o risco de contrair o HIV, deveriam eles usar preservativos para impedir a infecção? A norma moral que condena a contracepção como intrinsecamente má não se aplica a estes casos. Nem pode haver um ensinamento da Igreja sobre isto;é simplesmente um non-senso estabelecer normas morais para tipos de comportamento intrinsecamente imorais. Deveria a Igreja ensinar que um estuprador nunca deve usar preservativo porque ao fazer isto, além do pecado de violência sexual, ele estaria desrespeitando "o recíproco e completo dom pessoal de si e, portanto, viola o Sexto Mandamento"? Por certo que não.

O que devo dizer, como padre católico, a pessoas promíscuas ou homossexuais soropositivos que usam preservativos? Procurarei ajudá-los a viver uma vida sexual moral e bem ordenada. Mas eu não lhes direi que não usem preservativos. Simplesmente não falarei disto com eles e presumirei que se eles escolheram fazer sexo, manterão ao menos um senso de responsabilidade. Com tal atitude, respeito plenamente o ensinamento da Igreja Católica sobre contracepção.

Isto não é um apelo a "exceções" à norma que proíbe a contracepção. A norma sobre contracepção aplica-se sem exceção; a escolha contraceptiva é intrinsecamente má. Mas obviamente ela aplica-se somente aos atos contraceptivos, como definidos pela Humanae Vitae, os quais incorporam uma escolha contraceptiva. Nem todo ato em que é usado aparato "contraceptivo", de um ponto de vista puramente físico, é um ato contraceptivo de um ponto de vista moral, recaindo sob a norma ensinada pela Humanae Vitae.

Igualmente, um homem casado soropositivo e que usa o preservativo para proteger sua esposa da infecção não está agindo a fim de tornar a procriação impossível, mas para prevenir a infecção. Se a concepção é evitada, isto será um efeito colateral "inintencional" e, portanto, não determinará o significado moral da ação como um ato contraceptivo. Pode haver outras razões para advertir contra o uso do preservativo em tal caso, ou para aconselhar a total continência, mas não por causa do ensinamento da Igreja sobre contracepção, e sim por razões pastorais ou simplesmente prudenciais (o risco, por exemplo, de que o preservativo não funcione). Certamente este último argumento não se aplica a pessoas promíscuas, porque mesmo que os preservativos não funcionem sempre, seu uso ajudará a reduzir as más consequências de um comportamento moralmente mau.

Deter a epidemia mundial de AIDS não é uma questão sobre a moralidade do uso de preservativos, mas sobre como impedir efetivamente uma situação em que as pessoas provocam consequências desastrosas com seu comportamento sexual imoral. O Papa João Paulo II insistia repetidamente que a promoção do uso de preservativos não é uma solução para este problema porque para o Papa ele não resolve o problema moral da promiscuidade. Se, em geral, as campanhas que promovem os preservativos encorajam o comportamento de risco e tornam pior a pandemia de AIDS é uma questão de evidências estatísticas não facilmente disponíveis. Que reduzem as taxas de transmissão, a curto prazo, entre grupos altamente sujeitos à infecção, como prostitutas e homossexuais, é impossível negar. Se podem diminuir as taxas de infecção entre populações promíscuas "sexualmente liberadas" ou, pelo contrário, encorajar o comportamento de risco, depende de muitos fatores.

Em países africanos as campanhas antiaids baseadas no uso de preservativos são geralmente ineficazes, em parte, porque para um homem africano sua masculinidade se expressa fazendo um número maior de filhos possível. Para ele, os preservativos tornam o sexo uma atividade sem sentido. Esta é a razão pela qual - e isto é uma forte evidência em favor do argumento do Papa - o programa de Uganda está entre os poucos programas eficientes na África. Embora não exclua os preservativos, o programa ugandense encoraja uma mudança positiva no comportamento sexual (fidelidade e abstinência), à diferença das campanhas pelos preservativos, as quais contribuem para obscurecer ou mesmo destruir o significado do amor humano.

Campanhas para promover abstinência e fidelidade são definitiva e certamente o único remédio efetivo, a longo prazo, para combater a AIDS. Assim não há razão para que a Igreja considere as campanhas que promovem os preservativos como úteis para o futuro da sociedade humana. Mas também a Igreja não pode ensinar que as pessoas que mantêm estilos de vida imorais deveriam evitá-los.

Fonte: The Tablet, 10 de julho de 2004



NOVENA PREPARATÓRIA DA IMACULADA CONCEIÇÃO


À IMACULADA CONCEIÇÃO

Ó Maria, concebida sem pecado;
Rogai por nós, que recorremos a Vós!

Hoje, 29 de Novembro, inicia-se a novena preparatória da Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, dia 8 de Dezembro. Tal Solenidade marca um dos feriados em Portugal e, embora já não sejam lembrados pelos católicos, os seus dias antecedentes são dias de preparação. Fica aqui a novena, para um povo de quem Ela é a Rainha e a Padroeira, mas que já não conhece o sentido e a história deste dogma tão importante para a Santa Igreja e para Portugal.

Novena à Imaculada Conceição

- Deus, vinde em nosso auxílio!
- Senhor, socorrei-nos e salvai-nos!
- Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis
e acendei neles o fogo do Vosso amor.
Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado.
- E renovareis a face da Terra.

Oremos:

Ó Deus, que instruístes os corações dos Vossos fiéis com as luzes do Espírito Santo, fazei que apreciemos rectamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre de sua consolação. Por Cristo Senhor Nosso. Amén.

(PARA TODOS OS DIAS):

Virgem Puríssima, concebida sem pecado, e desde aquele primeiro instante toda bela e sem mancha. Gloriosa Maria, cheia de graça, Mãe de Deus, Rainha dos Anjos e dos homens. Saúdo-Vos humildemente como Mãe do meu Salvador que, com aquela estima, respeito e submissão com que Vos tratava, me ensinou quais sejam as honras e a veneração que devo prestar-Vos; dignai-Vos, eu vo-lo rogo, de receber as que nesta novena Vos consagro.

Vós sois o seguro asilo dos pecadores penitentes, e assim temos razão para recorrer a Vós. Sois Mãe de Misericórdia, e por este título não podeis deixar de enternecer-Vos à vista das nossas misérias. Sois, depois de Jesus Cristo, toda a nossa esperança, e por esta razão não podeis deixar de reconhecer a terna confiança que temos em Vós. Fazei-nos dignos de nos chamar Vossos filhos, para que possamos confiadamente dizer-Vos: Mostrai que sois nossa Mãe! Amén.

Primeiro dia - 29 de Novembro

Eis-me aqui, aos Vossos pés, ó Santíssima Virgem Imaculada! Convosco me alegro sumamente, porque desde a eternidade fostes eleita Mãe do Verbo Divino e preservada da culpa original.

Eu bendigo e dou graças à Santíssima Trindade, que Vos enriqueceu com este privilégio na Vossa Conceição, e humildemente Vos suplico que me alcanceis a graça de vencer os tristes efeitos que em mim produziu o pecado. Ah! Senhora, fazei que eu os vença e nunca deixe de amar o nosso Deus!

Segundo dia - 30 de Novembro

Ó Maria, lírio imaculado de pureza, eu congratulo-me convosco, porque desde o primeiro instante da Vossa Conceição fostes cheia de graça e além disto Vos foi conferido o perfeito uso da razão.

Dou graças e adoro a Santíssima Trindade, que Vos concedeu tão sublimes dons; e me confundo totalmente na Vossa presença ao ver-me tão pobre de graça; Vós que de graça celeste fostes tão copiosamente enriquecida, reparti-a com a minha alma e fazei-me participante dos tesouros que começastes a possuir na Vossa Imaculada Conceição. Amén.

Terceiro dia - 1 de Dezembro

Ó Maria, mística rosa de pureza, eu alegro-me convosco, que gloriosamente triunfastes da infernal serpente, na Vossa Imaculada Conceição, porque fostes concebida sem mácula de pecado.

Dou graças e louvo a Santíssima Trindade, que tal privilégio Vos concedeu e Vos suplico que me alcanceis força para superar todas as traições do comum inimigo, e para não manchar a minha alma com o pecado.

Ah! Senhora, ajudai-me sempre e fazei que, com a vossa protecção, sempre triunfe de todos os inimigos da minha salvação. Amén.

Quarto dia - 2 de Dezembro

Ó espelho de pureza, Imaculada Virgem Maria, eu encho-me de sumo gozo ao ver que, desde a Vossa Conceição, foram em Vós infundidas as mais sublimes virtudes e, ao mesmo tempo, todos os dons do Espírito Santo.

Dou graças e louvo a Santíssima Trindade que com estes privilégios Vos favoreceu; e suplico-Vos, ó benigna Mãe, que me alcanceis a prática das virtudes, e me façais também digno de receber os dons e a graça do Espírito Santo. Amén.

Quinto dia - 3 de Dezembro

Ó Maria, refulgente lua de pureza, eu congratulo-me convosco, porque o mistério de Vossa Imaculada Conceição foi o princípio da salvação de todo o mundo.

Dou graças e bendigo à Santíssima Trindade, que assim magnificou e glorificou Vossa pessoa, e Vos suplico que me alcanceis a graça de saber aproveitar-me da Paixão e morte de Jesus, e que não seja para mim inútil o Seu Sangue derramado na Cruz, mas que eu viva santamente, para que Ele salve a minha alma. Amén.

Sexto dia - 4 de Dezembro

Ó estrela resplandecente de pureza, Imaculada Virgem Maria, eu alegro-me convosco, pois a Vossa Imaculada Conceição causou um imenso gozo a todos os Anjos do Paraíso.

Dou graças e bendigo à Santíssima Trindade, que Vos enriqueceu com tão belo privilégio. Ah! Senhora, fazei que eu um dia tenha parte nessa alegria e que possa, na companhia dos Anjos, louvar-Vos e bendizer-Vos eternamente. Amén.

Sétimo dia - 5 de Dezembro

Ó aurora nascente e pura, Imaculada Virgem Maria, eu me alegro e exulto convosco porque no mesmo instante da Vossa Conceição, fostes confirmada em graça e tornada impecável.

Dou graças à Santíssima Trindade, que somente a Vós distinguiu com este especial privilégio. Ó Virgem Santíssima, alcançai-me um total e contínuo aborrecimento do pecado sobre todos os outros males, e que antes morra do que tornar a cometê-los. Amén.

Oitavo dia - 6 de Dezembro

Ó sol sem mácula, Virgem Maria, eu congratulo-me convosco, e alegro-me de que na Vossa Conceição Vos fosse conferida por Deus uma graça maior e mais copiosa do que tiveram todos os Anjos e todos os Santos no auge de seus merecimentos. Dou graças e admiro a suma bondade da Santíssima Trindade, que Vos enriqueceu com tal privilégio. Ah! Senhora, fazei que eu coresponda à graça divina e não torne a abusar dela; mudai-me o coração, e fazei que desde agora comece o meu arrependimento. Amén.

Nono dia - 7 de Dezembro

Ó viva luz de santidade e exemplo de pureza, Virgem e Mãe, Maria Santíssima, Vós, apenas concebida, adorastes profundamente a Deus e Lhe destes graças, porque por meio de Vós, acabada a antiga maldição e desceu uma grande bênção sobre os filhos de Adão.

Ó Senhora, fazei que esta bênção acenda no meu coração um grande amor para com Deus; inflamai-o, para que constatemente ame o mesmo Senhor, e depois O goze eternamente no Paraíso, onde possa dar-Lhe as mais vivas graças pelos singulares privilégios a Vós concedidos e possa também ver-Vos coroada de tamanha glória! Amén.

Adaptado de Tradição em Foco