Saturday 19 March 2011

UNIVERSITÁRIOS DA CATÓLICA DE BRAGA OBRIGAM CALOIROS A ATACAR SEM ABRIGO

Braga: confrontos entre alunos da Católica e sem-abrigo

Tudo terá acontecido quando "veteranos" da Faculdade de Filosofia obrigaram caloiros a acordar um grupo de sem-abrigo durante uma praxe.



O momento em que agentes da PSP (fardados e à civil) separavam os contendores

Alunos da Universidade Católica que participam nas praxes envolveram-se esta noite em cenas de pancadaria com um grupo de sem-abrigo, em Braga.

Os incidentes começaram quando cerca de três dezenas de estudantes da Faculdade de Filosofia (FAC/FIL) da Universidade Católica de Braga, com um grupo de caloiros que praxavam, se terão dirigido aos sem-abrigo que descansavam nos claustros da Rua do Castelo, no centro de Braga. Esta foi a versão unânime dos vários transeuntes, parte dos quais chamaram a PSP.

Segundo os relatos de comerciantes e lojistas da Rua do Souto (a principal artéria comercial da cidade dos arcebispos), "já tinha havido problemas entre os próprios estudantes trajados e os caloiros na Rua do Janes", uma viela contígua à Rua do Souto e ao Largo do Barão de São Martinho, perto do Café A Brasileira.

Já depois dos primeiros incidentes e agora na presença de agentes da PSP, quer fardados, quer à paisana, os estudantes da Universidade Católica de Braga voltaram para trás e tornaram a envolver-se em incidentes com os sem-abrigo.

Estudantes eufóricos

Dois destes cidadãos contaram ao Expresso que "os estudantes mandaram os caloiros meter-se com a gente várias vezes seguidas e nós estávamos a dormir descansados".

Os estudantes, contatados pelo Expresso no local, mostravam-se eufóricos e apesar das insistências do jornalista, não conseguiram apresentar qualquer versão. Só uma das estudantes do curso de Ciências da Comunicação da Universidade Católica, fez questão de afirmar ao Expresso que "não podemos pagar todos por aquilo que só alguns fizeram".

O Expresso não conseguiu contatar esta noite o director da FAC/FIL da Universidade Católica, Alfredo Dinis, que não se encontravam no Campus, nem qualquer responsável pela Associação de Estudantes da FAC/FIL.

A PSP, que esteve no local durante quase uma hora, registou os incidentes presenciados por muitas pessoas que ao princípio da noite saíam das lojas.

Joaquim Gomes (www.expresso.pt)
21:43 Terça feira, 15 de Março de 2011


EVANGELHO DO DIA: A PERDA E O ENCONTRO DO MENINO JESUS NO TEMPLO

EVANGELHO Lc 2, 41-51a


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém,
pela festa da Páscoa.
Quando Ele fez doze anos,
subiram até lá, como era costume nessa festa.
Quando eles regressavam, passados os dias festivos,
o Menino Jesus ficou em Jerusalém,
sem que seus pais o soubessem.
Julgando que Ele vinha na caravana,
fizeram um dia de viagem
e começaram a procurá-l’O entre os parentes e conhecidos.
Não O encontrando,
voltaram a Jerusalém, à sua procura.
Passados três dias,
encontraram-n’O no templo,
sentado no meio dos doutores,
a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas.
Todos aqueles que O ouviam
estavam surpreendidos com a sua inteligência e as suas respostas.
Quando viram Jesus, seus pais ficaram admirados;
e sua Mãe disse-Lhe:
«Filho, porque procedeste assim connosco?
Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura».
Jesus respondeu-lhes:
«Porque Me procuráveis?
Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?».
Mas eles não entenderam as palavras que Jesus lhes disse.
Jesus desceu então com eles para Nazaré
e era-lhes submisso.
Palavra da salvação.

JESUS FOUND IN THE TEMPLE



'Jesus is found in the Temple', William Holman Hunt

Each time they are in Jerusalem, the boy is taken to the Temple. There he sees the academies set up within the Temple to teach young men. He is excited by what he sees, and wishes he could join the other students.
On his twelfth birthday he is told by everyone that he is now a man, and must assume the responsibilities of an adult.

While his parents are busy elsewhere, he goes into one of the academies, to listen. He finds himself drawn into the discussion. He has already studied in the synagogue in Nazareth, and he enjoys hearing new opinions and arguments.

Time passes. He is so absorbed in scholarly debate that he does not notice his parents have left. Each of his parents assume he is with the other. He has previously travelled with the women and children, but now that he is a man he can travel with the men's group. He could be in either.

They leave the city the next day without realizing that he is not with them. When they do, they are horrified and rush back to the city. Sensibly, he has not tried to find them, but has stayed within the Temple courts, probably finding a meal and a bed among the regular students of the Temple academy.

When his parents eventually find him, his mother reproaches him. But the young boy knows he has found his niche. It is not in the little village to which he will dutifully return.

The wider world beckons to him.

CRUCIFIXOS NAS ESCOLAS NÃO VIOLAM DIREITOS HUMANOS


O uso de crucifixos nas escolas tem gerado polémica em vários países

Sentença dá razão ao Governo italiano

Crucifixos nas escolas não violam direitos humanos, diz Tribunal Europeu

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos decidiu nesta sexta-feira que o uso de crucifixos nas salas de aulas não viola o direito à educação, ou de os pais educarem os seus filhos de acordo com as suas convicções.

A decisão tomada pelos juízes vem dar razão ao Governo italiano, que em Janeiro do ano passado tinha apresentado um recurso contra uma deliberação do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos de Novembro de 2009. Nessa altura o tribunal, com sede em Estrasburgo, deu razão a Soile Lautsi, uma mulher italiana de origem finlandesa que defendeu que os crucifixos nas escolas violam o direito a educar os filhos de uma forma laica.

A nova decisão, que não permite a apresentação de recurso, foi aprovada por 15 votos a favor e dois contra e conclui que, ao manter o uso de crucifixos em escolas públicas, a Itália não está a infringir a Convenção Europeia dos Direitos Humanos e está a actuar dentro dos limites das suas funções na área do ensino.

O polémico processo já se arrastava desde Julho de 2006, quando Soile Lautsi, uma cidadã de Abano Treme, a cerca de 55 quilómetros de Veneza, apresentou uma queixa sobre a presença de crucifixos nas salas de aula da escola frequentada pelos seus filhos.

Inicialmente, o tribunal europeu considerou que o facto poderia ser interpretado como uma agressão a alunos de outras religiões ou sem quaisquer crenças religiosas. Mas agora 17 juízes determinaram que “um crucifico colado a uma parede é um símbolo essencialmente passivo, cuja influência sobre os alunos não pode ser comparada a um discurso ou à participação em actividades religiosas”. Para os magistrados, “não há nenhuma prova de que a visão de um crucifixo nas paredes da sala de aula possa ter influência sobre os alunos”.

O caso referiu-se a Itália mas despertou o interesse de vários países europeus onde a questão também tem sido debatida, apesar de a sentença inicialmente proferida não se aplicar a nenhum outro país. O recurso apresentado por Itália, que considerou estar a ser “eliminado um símbolo da tradição italiana”, foi apoiado por países como a Arménia, Bulgária, Chipre, Grécia, Lituânia, Malta, Roménia ou a Federação Russa.

O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Franco Frattini, considerou em declarações ao “La Repubblica” que “a decisão sublinha, antes de mais, o direito de os cidadãos defenderem os seus próprios valores e a sua identidade”. Também o porta-voz do Vaticano, Frederico Lombardi, disse tratar-se de “uma decisão histórica e importante”.

A decisão “desiludiu” a família de Soile Lautsi, segundo o seu marido, citado pela BBC. “A liberdade religiosa e a liberdade de escolha são princípios fundamentais e neste caso não foram respeitados”, disse Massimo Albertin. Em Itália, o uso de crucifixos nas escolas não é obrigatório, mas é muito comum.

18.03.2011 - 18:20 Por Isabel Gorjão Santos


Judgment Lautsi and Others v. Italy

18/03/2011

In the case of Lautsi and Others v. Italy, which concerned the presence of crucifixes in Italian State-school classrooms, the Court found no violation of the Convention. It held in particular that the question of religious symbols in classrooms was, in principle, a matter falling within the margin of appreciation of the State - particularly as there was no European consensus as regards that question - provided that decisions in this area did not lead to a form of indoctrination.