Monday, 19 December 2011

BISPO DE BEJA DENUNCIA TRABALHO ESCRAVO NO ALENTEJO



Bispo de Beja, D. Vitalino Dantas, denuncia trabalho escravo nas explorações agrícolas do Alentejo

Beja: Nas explorações agrícolas do Baixo Alentejo

Bispo denuncia trabalho escravo

O bispo de Beja denunciou ontem indícios de "trabalho escravo de asiáticos" em diversas explorações do Baixo Alentejo. A maioria destes estrangeiros, de nacionalidade tailandesa, laboram em algumas das empresas agrícolas da região de Odemira, visitadas em Novembro pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.

"Ainda no outro dia lá visitava uma exploração agrícola e fez grandes elogios, mas a maioria das pessoas que lá trabalham são grupos vindos da Ásia que se sujeitam àquele ritmo de trabalho sazonal quase dia e noite", referiu D. Vitalino Dantas à Renascença, a propósito do Dia Internacional do Migrante, ontem assinalado.

O bispo, que há um ano já tinha denunciado ao CM casos de "escravatura" de cidadãos moldavos e romenos na apanha da azeitona, refere que também os asiáticos vivem em condições desumanas. "Em certos sectores, especialmente na agricultura, recorrem a grandes grupos, sobretudo de países asiáticos, que vêm e ficam quase num gueto… ali fechados. Creio que haverá alguma espécie de trabalho escravo. Estão habituados lá nos seus países a um trabalho mais escravo, sem grandes direitos", disse D. Vitalino Dantas que durante as suas visitas pastorais constatou a presença de intermediários, que vivem "num nível de vida superior, à custa dos que trouxeram".

O presidente da Associação de Agricultores do Baixo Alentejo, Francisco Palma, "estranha esta denúncia" e lembra que as autoridades têm intensificado "a fiscalização". "Se há escravatura é através de intermediários, sobretudo organizada por máfias de Leste. Estamos mais preocupados com o aumento dos furtos de cobre, a maioria praticados por imigrantes. Na zona da Vidigueira há prejuízos de 300 mil euros", adiantou.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/portugal/bispo-denuncia-trabalho-escravo

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