Vaticano abre curso de exorcismo por considerar que casos de "possessão demoníaca" estão a crescer
Na Sicília, os casos de pessoas que alegam terem sido possuídas pelo Diabo triplicaram
O
 Vaticano está a organizar um curso sobre exorcismo, para padres, uma 
vez que os pedidos para libertação de possessões demoníacas parecem 
estar a aumentar em todo o mundo. A Associação Internacional de 
Exorcistas, que é apoiada pelo Vaticano e representa mais de 200 padres 
católicos, anglicanos e ortodoxos, disse que esta procura por exorcismos
 representa uma "emergência pastoral".
De acordo com um padre da Sicília, citado pelo jornal The Guardian,
 o número de pessoas em Itália que alega estar possuída pelo Demónio 
triplicou para 500 mil por ano. Um padre irlandês também sublinhou que o
 pedido de exorcismos "aumentou exponencialmente" no país.
O curso sobre o exorcismo do Vaticano será realizado no Pontifício Ateneu Regina Apostolorum, em Roma, este mês, e inclui o exorcismo e a oração de libertação.
"A
 luta contra o maligno começou na origem do mundo e está destinada a 
durar até o fim do mundo", alertou o grande exorcista padre Gabriele 
Amorth, citado pelo Vatican News. "Mas hoje estamos num estágio crucial 
na história: muitos cristãos já não acreditam na existência [do Diabo], 
são nomeados poucos exorcistas e não há mais jovens sacerdotes dispostos
 a aprender a doutrina e a prática da libertação das almas".
Benigno
 Palilla, o padre exorcista da Sicília que referiu o aumento para o 
triplo de casos de possessão demoníaca na ilha, reconheceu que a questão
 é controversa e garante que o treino é essencial para os padres que 
pretendem realizar exorcismos. "Um exorcista autodidata certamente 
comete erros", disse Palilla à Rádio Vaticano.
O
 Papa Francisco já tinha dito que se um padre se aperceber de "genuínos 
distúrbios espirituais... não deve hesitar em encaminhar a questão 
àqueles que, na diocese, são encarregados deste ministério delicado e 
necessário, a saber, os exorcistas".
As
 diretrizes, atualizadas em 2012, referem que "o ministério de exorcismo
 e libertação só pode ser exercido por um padre autorizado pelo bispo 
diocesano".
O documento acrescenta que 
os sacerdotes devem ser treinados em libertação de almas e que não devem
 praticar o ato de exorcismo sozinhos. Devem ainda estar cobertos por um
 seguro.
Médicos, psicólogos e 
psiquiatras devem ser consultados se for apropriado, e a libertação deve
 ser acompanhada de cuidados pastorais contínuos e realizada "com um 
mínimo de publicidade".