Tuesday 30 October 2012

FAMÍLIAS CARENCIADAS NO ALGARVE PEDEM AJUDA À IGREJA



                                                        Famílias carenciadas aumentam no Algarve


Casais desempregados pedem ajuda à Igreja


O número de famílias com casais desempregados a pedirem ajuda às instituições ligadas à Igreja Católica, sobretudo para comerem, está a aumentar, alertou esta terça-feira Luís Galante, responsável por dois centros paroquiais no Algarve.

Além de recorrerem às cantinas sociais em que são disponibilizadas refeições gratuitamente, estas famílias têm também dificuldade em pagar as mensalidades das creches e lares de idosos, valências dos centros paroquiais.

"Temos muitas solicitações para beneficiarem das valências destes centros, que estão lotados", disse o diácono Luís Galante, que dirige instituições nas freguesias de Santa Bárbara de Nexe e Estoi, no concelho de Faro. Aquele responsável falava aos jornalistas à margem do I Encontro dos Centros Sociais Paroquiais do Algarve, promovido pela Pastoral Social Diocesana, e no qual marcaram presença 11 instituições da região.

Segundo Luís Galante, há muitos pedidos de ajuda de famílias para internar idosos no lar, mas não há lugares, havendo apenas ainda alguma margem para distribuir mais refeições, já que num dos centros a capacidade não está lotada.

"São pessoas desempregadas, muitas vezes famílias inteiras, com filhos na escola e quase sempre os dois membros do casal estão desempregados", ilustrou aquele responsável. O diácono assumiu a existência de famílias com dificuldades em pagar as mensalidades em atraso dos utentes dos lares ou infantários, situação que tem aumentado, mas assegurou que nunca ninguém deixou de ser atendido por falta de pagamento.

"Quando os pais estão desempregados, não sei se bem, se mal, mas eu chego a sugerir às pessoas que fiquem com os filhos em casa, é uma forma de se ocuparem, mas as pessoas também precisam do tempo para ir à procura de trabalho e nós continuamos a receber os filhos", afirmou.

Antevendo um ano de 2013 difícil, Luís Galante sublinhou não saber em que mais podem estes centros ajudar as famílias carenciadas, a não ser no aumento do número de refeições nas cantinas sociais. "É preciso ter quem ofereça, às vezes são restaurantes, outras vezes são escolas", disse, acrescentando que este tem de ser um trabalho em rede. A próxima reunião de responsáveis de centros paroquiais no Algarve deverá acontecer em abril de 2013.

Monday 29 October 2012

BENTO XVI DEFENDE O DIREITO A NÃO EMIGRAR



                                                             Apelo do Papa aos governantes

Bento XVI defende "direito a não emigrar"


O papa defendeu esta segunda-feira "o direito a não emigrar" como um direito fundamental e convidou os governantes a fazerem tudo para que as populações permaneçam nos respectivos países.

 "Antes mesmo do direito de emigrar, é necessário reafirmar o direito a não emigrar, isto é, o de ficar na sua própria terra", sublinhou Bento XVI na mensagem para preparar a Jornada dos migrantes e refugiados, que será celebrada em Janeiro.

O papa recordou que "o direito da pessoa a emigrar está inscrito nos direitos humanos fundamentais" mas sublinhou a importância de ter "sob controlo os factores que empurram para a emigração".

Em vez de uma "peregrinação animada pela confiança, pela fé e pela esperança", "numerosas migrações são consequência da precariedade económica, da falta de bens essenciais, de catástrofes naturais, de guerras e de desordens sociais".

"Migrar torna-se então um calvário para sobreviver, onde homens e mulheres aparecem mais como vítimas do que como atores e responsáveis da sua aventura migratória", observa o papa. O papa denuncia ainda as consequências de tais situações para alguns, afirmando que "muitos vivem condições de marginalização e, talvez, de exploração e de privação dos seus direitos humanos fundamentais, ou ainda adoptam comportamentos prejudiciais para a sociedade no seio da qual vivem".

Das suas deslocações, do Líbano ao México e a África, o papa recorda a questão da emigração, considerando que destrói as famílias e enfraquece o tecido social. Foi assim que Bento XVI lançou em meados de Setembro no Líbano um apelo aos cristãos do Médio Oriente para permanecerem, apesar dos conflitos e das dificuldades económicas.