A RR, de novo - por Nuno Serras Pereira
Duas mães em sobressalto, uma psicóloga outra professora de ética, desabaram sobre mim as suas grandes preocupações sobre um programa de um canal televisivo, intitulado dancin’ days, patrocinado, segundo elas, pela Rádio Renascença (RR), e que parece estar a ter muito sucesso entre adolescentes e jovens.
Entre outras coisas relataram-me que havia um pai e um filho que partilhavam a mesma amásia, e também que os ditos episódios televisivos advogavam perversamente a homossexualidade.
Não saberei dizer se os meus amigos se recordam dos tempos em que a (RR), propriedade do Episcopado português, era Católica. Eu que sou (pelo menos mentalmente) contemporâneo de Matusalém, ainda me lembro.
A mim parece-me que, embora já houvesse claros sinais de degradação, a machadada fatal na sua identidade ocorreu quando a RR contribuiu activamente para a vitória do “sim” à liberalização do aborto aquando do último referendo. Desde então a sua putrefacção nauseabunda, disfarçada com o perfume de alguns programas bem cheirosos, tem vindo a alastrar. Trata-se de um quase cadáver coberto de gangrenas.
28. 08. 2012
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