Papa pede que bispos lefebvrianos reconheçam o Concílio Vaticano II
Postado por Edson do Carmo
Cidade do Vaticano, 28 jan (EFE).- O papa Bento XVI pediu hoje aos quatro bispos lefebvrianos aos quais revogou a excomunhão que "dêem os passos necessários" para alcançarem a plena unidade com a Igreja e reconheçam o Concílio Vaticano II.
O pontífice afirmou isto diante das pessoas que estavam presentes na Sala Paulo VI para a audiência pública das quartas-feiras, oportunidade na qual também pediu a eles "fidelidade e reconhecimento ao magistério e à autoridade do papa".
O papa Ratzinger explicou sua decisão de revogar a excomunhão aos quatro prelados ordenados em 1988 pelo francês Marcel Lefebvre sem o consentimento de João Paulo II porque, afirmou, a missão do sucessor do apóstolo Pedro é trabalhar pela unidade de todos os cristãos.
O papa disse que realizou "este gesto de paterna misericórdia" porque estes prelados lhe expressaram seus sofrimentos por sua situação.
"Desejo que meu gesto se una ao compromisso deles de dar os passos necessários para conseguir a plena comunhão com a Igreja e testemunhem assim a verdadeira fidelidade e o verdadeiro reconhecimento do magistério e da autoridade do papa e do Concílio Vaticano II", declarou Bento XVI.
No último dia 24 o papa revogou a excomunhão do suíço Bernard Fellay, do espanhol Alfonso de Galarreta, do francês Tissier de Mallerais e do britânico Richard Williamson. EFE
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Revogação de excomunhão a «lefebvristas», «início» no «final» de um caminho
Postado por Edson do Carmo
Afirma o cardeal Jean-Pierre Ricard, membro da Comissão Pontifícia «Ecclesia Dei»
BORDÉUS, terça-feira, 27 de janeiro de 2009 (ZENIT.org).- O levantamento da excomunhão imposta em 1988 aos 4 bispos ordenados ilegitimamente pelo arcebispo francês Marcel Lefebvre, divulgado pela Congregação para os Bispos em 24 de janeiro passado, «não é o final, mas o começo de um processo de diálogo», no qual ainda restam questões a serem esclarecidas.
Assim afirmou o cardeal Jean-Pierre Ricard, arcebispo de Bordéus e membro da Comissão Pontifícia «Ecclesia Dei», em uma declaração divulgada pela Conferência Episcopal Francesa, também em 24 de janeiro passado.
Segundo o purpurado, ainda falta regular duas questões fundamentais para que o cisma possa ser considerado terminado: por um lado, «a integração da estrutura jurídica da Fraternidade de São Pio X na Igreja», e por outro, «um acordo em questões dogmáticas e eclesiológicas».
Entre estes temas a debater, o cardeal Ricard se referiu à questão do Concílio Vaticano II como «texto magisterial de primeira importância. Isso é fundamental».
O cardeal Ricard aludiu a outras questões de tipo cultural e político: «As últimas declarações, inaceitáveis, de Dom Williamson negando o drama do extermínio dos judeus são um exemplo disso», afirmou.
«O caminho será longo, sem dúvida, e exigirá um melhor conhecimento e estima mútuos. Mas o levantamento da excomunhão permitirá percorrê-los juntos», acrescentou.
Esta excomunhão foi revogada, explica o cardeal Ricard, após vários pedidos neste sentido por parte de Dom Fellay, superior geral da Fraternidade São Pio X, «especialmente após uma carta dirigida ao cardeal Castrillón Hoyos, em 15 de dezembro passado, em nome dos 4 bispos afetados».
«Ele faria o mesmo, com a possibilidade de todo sacerdote de celebrar a Missa com o Missal de São Pio V, uma das duas condições prévias à abertura de um diálogo com Roma. Ele havia feito seus fiéis rezarem por esta intenção», acrescenta o purpurado.
O arcebispo de Bordéus explica também que Bento XVI «quis ir o mais longe possível com a mão estendida, como convite a uma reconciliação», desde sua missão de fazer o possível «por voltar a tecer os fios arrebentados da unidade eclesial».
«O Papa, teólogo e historiador de teologia, sabe o drama que um cisma representa na Igreja. Compreende a questão que com frequência surge na história dos cismas: realmente foram colocados todos os meios para evitá-los?», acrescenta.
Não se deve esquecer, conclui, «que o Papa conhece bem o caso, pois João Paulo II lhe encarregou de colocar-se em contato com Dom Lefebvre para tentar impedir que cometesse o ato irremediável das consagrações episcopais».
«O então cardeal Ratzinger ficou marcado pelo fracasso de sua missão», acrescentou.
O purpurado mostrou sua confiança em que «a dinâmica suscitada pela revogação da excomunhão ajude a colocar em andamento o diálogo querido pelo Papa», e pediu aos fiéis que «rezem pela unidade dos cristãos».
«Não esqueçamos que o caminho mais seguro para avançar na unidade dos discípulos de Cristo continua sendo a oração», conclui.
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Intervenção do cardeal Darío Castrillón Hoyos em Aparecida
Postado por Seminarista Allan Lopes
Intervenção do cardeal Darío Castrillón, presidente da Comissão Pontifícia «Ecclesia Dei», pronunciada nesta quarta-feira na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.
APARECIDA, quinta-feira, 17 de maio de 2007 (ZENIT.org).- Publicamos a intervenção do cardeal Darío Castrillón, presidente da Comissão Pontifícia «Ecclesia Dei», pronunciada nesta quarta-feira na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.
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Queridos e venerados irmãos:
Permito-me apresentar um breve relatório sobre a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei e sobre o estado da realidade pastoral que o Santo Padre colocou sob sua competência.
Esta Comissão foi instituída pelo Servo de Deus João Paulo II em 1988, quando um grupo notável de sacerdotes, religiosos e fiéis que tinham manifestado sua desconformidade com a reforma litúrgica conciliar e se congregaram sob a liderança do Arcebispo francês Marcel Lefebvre, separaram-se deste porque não estiveram de acordo com a ação cismática da ordenação de Bispos sem o devido mandato pontifício. Eles, então, preferiram manter a plena união com a Igreja. O Santo Padre, mediante o Motu Proprio Ecclesia Dei Adflicta, confiou a esta Comissão o cuidado pastoral destes fiéis tradicionalistas.
Hoje a atividade da Comissão não se limita ao serviço daqueles fiéis que em tal oportunidade quiseram manter-se em plena comunhão com a Igreja, nem aos esforços encaminhados a pôr fim à dolorosa situação cismática e a obter a volta destes irmãos da fraternidade São Pio X à plena comunhão. Por vontade do Santo Padre, este Dicastério estende, além disso, seu serviço a satisfazer as justas aspirações de quantos por uma sensibilidade particular, sem ter tido vínculos com os dois grupos citados, desejam manter viva a liturgia latina anterior na celebração da Eucaristia e dos outros sacramentos.
Sem dúvida alguma, o empenho mais importante, que cabe a toda a Igreja, é a busca de pôr fim à ação cismática e reconstruir, sem ambigüidades a plena comunhão. O Santo Padre, que foi durante alguns anos membro desta Comissão, quer que ela se converta em um organismo da Santa Sé com a finalidade própria e distinta de conservar e manter o valor da liturgia latina tradicional. Mas se deve afirmar com toda claridade que não se trata de um voltar para atrás, de uma volta aos tempos anteriores à reforma de 1970. Trata-se pelo contrário de uma oferta generosa do Vigário de Cristo que, como expressão de sua vontade pastoral, quer pôr a disposição da Igreja todos os tesouros da liturgia latina que durante séculos nutriu a vida espiritual de tantas gerações de fiéis católicos. O Santo Padre quer conservar os imensos tesouros espirituais, culturais e estéticos ligados à liturgia antiga. A recuperação desta riqueza se une à não menos preciosa da liturgia atual da Igreja.
Por estas razões o Santo Padre tem a intenção de estender a toda a Igreja latina a possibilidade de celebrar a Santa Missa e os Sacramentos segundo os livros litúrgicos promulgados pelo Beato João XXIII em 1962. Por esta liturgia, que nunca foi abolida, e que , como dissemos, é considerada um tesouro, existe hoje um novo e renovado interesse e, também por esta razão o Santo Padre pensa que chegou o tempo de facilitar, como o quis a primeira Comissão Cardinalícia em 1986, o acesso a esta liturgia fazendo dela uma forma extraordinária do único rito Romano.
Há algumas boas experiências de comunidades de vida religiosa ou apostólica erigidas pela Santa Sé recentemente que celebram em paz e serenidade esta liturgia. Em torno delas se congregam assembléias de fiéis que freqüentam estas celebrações com alegria e gratidão. As criações mais recentes som o Instituto de São Felipe Neri em Berlim, que funciona como um Oratório e se fez presente também, com boa acolhida, na Diocese do Tréveris; o Instituto do Bom Pastor de Burdeos que reúne sacerdotes, seminaristas e fiéis, alguns saídos da Fraternidade São Pio X. Estão muito adiantados os trâmites para o reconhecimento de uma comunidade contemplativa, o Oásis de Jesus Sacerdote, de Barcelona.
Na América Latina, como sabemos muito bem, devemos agradecer ao Senhor pela volta de toda uma Diocese, a de Campos, antes lefevriana que agora, depois de cinco anos, apresenta frutos bons. Foi uma volta pacífica e os fiéis que se inscreveram na Administração Apostólica, estão contentes de poder viver em paz em suas comunidades paroquiais; mais ainda, em efeito algumas dioceses brasileiras fizeram contatos com a Administração Apostólica de Campos que colocou ao seu dispor sacerdotes para a atenção pastoral dos fiéis tradicionalistas em suas igrejas locais. O projeto do Santo Padre foi já parcialmente provado em Campos onde a coabitação pacífica das duas formas do único rito romano na Igreja é uma bela realidade. Temos a esperança de que tal modelo produza bons frutos, também em outros lugares da Igreja onde vivem juntos fiéis católicos com sensibilidades litúrgicas diversas. E esperamos, além disso, que tal modo de viver juntos atraia também àqueles tradicionalistas que ainda estão longe.
Os membros atuais da Comissão são os Sres. Cardeais Julián Herranz, Jean-Pierre Ricard, William Joseph Levada, Antonio Cañizares, e Franc Rodé. São consultores os Subsecretários de alguns Dicastérios.
Até agora estiveram sob a Ecclesia Dei várias comunidades dispersas pelo mundo. 300 sacerdotes, 79 religiosos, 300 religiosas, 200 seminaristas e várias centenas de milhares de fiéis. Curiosamente aumenta o interesse dos jovens na França, Estados Unidos, Brasil, Itália, Escandinávia, Austrália e China. No momento do retorno, de Campos voltaram 50 sacerdotes, uns cinqüenta seminaristas, 100 religiosas e 25.000 fiéis.
Hoje o grupo dos lefevrianos consta de 4 Bispos que foram ordenados por Dom Lefebvre, de 500 sacerdotes e 600.000 fiéis. Ao grupo se uniram igualmente vários monastérios contemplativos e alguns grupos religiosos masculinos e femininos, têm paróquias (chamam-nos priorados), seminários e associações. Estão presentes em 26 países.
Peçamos ao Senhor que este projeto do Santo Padre possa realizar-se logo para a unidade da Igreja.
[Texto em língua portuguesa distribuído pelo CELAM]
Fonte: Zenit - http://www.zenit.org/article-15069?l=portuguese
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